As férias ainda podem estar a alguns meses de distância, mas é por esta altura que se marcam os dias de descanso no calendário e se escolhem os destinos de verão. Se está a ponderar ficar num hotel, há algumas precauções básicas a tomar para reduzir o risco de contágio, seja na hora das refeições, da diversão ou de dormir, sobretudo se até lá não tiver recebido a vacina contra a Covid-19.
A companhia é dos primeiros critérios que devem ser avaliados. Uma coisa é ir sozinho ou com a família mais próxima, outra é viajar com familiares mais distantes ou amigos. “Certamente, não se deve partilhar um quarto de hotel com alguém fora do agregado familiar, a não ser que essa pessoa esteja vacinada”, aconselha a médica Leana Wen, em declarações à CNN.
Em qualquer caso, ainda assim, o risco de infeção é sempre maior nos espaços comuns. No estrangeiro ou em Portugal, existem já certificados de higiéne e limpeza que constituem um atestado de cumprimento das regras definidas pelas autoridades de saúde, por parte das unidades hoteleiras. Os funcionários que contactam com os hóspedes devem usar máscara, mas não é descabido confirmar previamente com o hotel se a prática é mesmo adotada. Aproveite e informe-se sobre como é feito o check-in e o check-out, uma vez que é possível limitar estes momentos ao mínimo contacto possível ou até serem feitos sem a presença de qualquer funcionário.
Outra informação relevante que deve ser solicitada é relativa ao sistema de ventilação. A Direção-Geral de Saúde (DGS) tem alertado várias vezes para a necessidade de renovar o ar em espaços fechados, distinguindo os ares condicionados que se limitam a fazer o ar circular dos que funcionam em modo extração. Só estes são eficazes como medida de prevenção – sabendo-se que, em alternativa ou em complementaridade, é aconselhada a abertura de portas e janelas, o que nem sempre é viável nos hotéis. De acordo com Krystal Pollitt, professor assistente de epidemiologia na faculdade de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos EUA, este dado é relevante para se estabelecer o intervalo mínimo de acesso ao quarto após a intervenção da equipa de limpeza. “Por norma, se é um edifício moderno com ventilação mecânica, consideramos que 15 minutos são suficientes”, afirmou à cadeia televisiva norte-americana.
Nas áreas de restauração, o princípio de uma boa circulação do ar também é válido, mas o mais seguro será fazer as refeições num espaço exterior, caso haja, já para não falar na possibilidade de requisitar o serviço no quarto. Em tempos de pandemia, o conceito de buffet desapareceu. Se optar pela refeição no restaurante – cujo plano de desconfinamento em curso aponta para maio uma reabertura sem limitações de horários -, os empregados em Portugal são obrigados a usar máscara e os alimentos devem ser protegidos (tapados) até serem entregues nas mesas. O recurso à máscara é também uma obrigação dos clientes sempre que se movimentarem no espaço, por exemplo para se deslocarem às instalações sanitárias, como de resto acontece em qualquer restaurante.
Outras medidas preventivas a adotar durante a estada num hotel não diferem das que já são recomendadas no dia a dia, como o uso de gel desinfetante para as mãos, a etiqueta respiratória ou o distanciamento social. No usufruto da piscina da unidade hoteleira, esta é uma das regras essenciais. A própria gestão do espaço deve dispor espreguiçadeiras, cadeiras e chapéus-de-sol com três metros de distância, “salvo quando ocupados por utentes que integrem o mesmo grupo”, indicam as orientações da DGS.
Tal como na praia, dentro de água está contraindicado o recurso a “equipamentos lúdicos e ou de uso coletivo, como sejam bóias, colchões ou outros da mesma natureza”. Tudo o que se assemelhe com polo aquático, portanto, também deve ser adiado para mais tarde. Já fora de água, nos “chuveiros exteriores, instalações sanitárias e áreas de circulação”, o uso de calçado é obrigatório. Se respeitar estas indicações, a probabilidade de ser infetado durante as férias num hotel será muito mais reduzida.