A Deep Nostalgia, uma aplicação criada com o intuito de animar fotografias antigas de familiares que já morreram, está a tornar-se viral nas redes sociais. Criada pela MyHeritage, uma plataforma de genealogia online, a aplicação é a prova viva de como a manipulação de imagens a partir de inteligência artificial é cada vez mais popular.
Lançada no final de fevereiro, a Deep Nostalgia utiliza uma técnica de Inteligência Artificial chamada “aprendizagem aprofundada” para animar automaticamente as fotografias inseridas pelos utilizadores no seu sistema. Graças à possibilidade de fazer um teste grátis, a aplicação popularizou-se no Twitter, onde vários utilizadores já a utilizaram para animar antigas fotografias de família, de celebridade… ou até de estátuas.
Tal como a generalidade das aplicações Deepfake – o nome utilizado para apelidar a tecnologia que transforma a cara das pessoas – a Deep Nostalgia mostra uma grande aptidão para alterar as expressões faciais nas fotografias. Tal foi o seu sucesso, que até o Museu de História Natural Britânico utilizou a aplicação para dar vida a um modelo de neandartal:
“Algumas pessoas adoram a funcionalidade da Deep Nostalgia e acham-na mágica, enquanto que outras consideram-na assustadora”, afirma a MyHeritage na sua plataforma. “De facto, os resultados podem ser controversos e é impossível estar indiferente a esta tecnologia. A aplicação foi criada com um intuito nostálgico, de trazer os nossos ancestrais de volta à vida.” No entanto, alertam, “a nossa tecnologia não previne o abuso desta funcionalidade, não impede que as pessoas criem deepfakes de pessoas vivas.”
Assim, nem todos os utilizadores estão a utilizar a aplicação para este propósito “nobre” de trazer de volta pessoas que morreram e matar as saudades das suas expressões faciais. Um utilizador, por exemplo, decidiu utilizar a Deep Nostalgia para dar vida ao famoso busto de Cristiano Ronaldo, no Aeroporto da Madeira: