Todos os agregados familiares com crianças na escola vão receber testes rápidos à Covid-19, como parte do plano do governo britânico de fazer regressar o ensino presencial na primeira parte do seu plano de desconfinamento. Cada família receberá, semanalmente, dois testes rápidos por cada elemento do agregado. Esta testagem não é obrigatória.
Segundo o plano de desconfinamento, todos os alunos e estudantes universitários regressam aos seus estabelecimentos de ensino já a 8 de março, estando previsto também, para quem frequenta o ensino secundário e superior, o uso máscara nas aulas. Será ainda possível agendar encontros a dois ao ar livre, em parques e jardins, sem ser para fazer exercício.
A abordagem “cautelosa”, como a define o primeiro-ministro Boris Johnson, pretende evitar a necessidade de um regresso a medidas mais restritivas.
Segundo o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, os kits com os testes rápidos poderão ser levantados em mais de 500 locais ou nos serviços de testagem já disponíveis (e até através de um serviço de entregas ao domicílio). Numa primeira fase, os testes serão realizados nas escolas, no caso dos alunos das escolas secundárias e universidades e só depois se avançará para a testagem em casa. As crianças do primeiro ciclo sem sintomas não serão testadas nos estabelecimentos de ensino, mas os pais vão ser “encorajados” a testá-las em casa.
Também os adultos cujas profissões se interliguem com a comunidade escolar, como motoristas de autocarro, receberão os testes bisemanalmente.
Em caso de teste positivo, será realizado um novo teste, desta vez PCR.
“À medida que levantamos cautelosamente as restrições, começando com o regresso às escolas e rumo a maior convivência social no final de março, precisamos de garantir que cada caso de Covid-19 é detetado tão rápida e facilmente quanto possível”, justifica o governo, em comunicado. “Apesar de os casos estarem em declínio, toda a gente tem de fazer a sua parte para manter o vírus sob controlo, enquanto mantemos crianças e jovens nas escolas”.
Yvonne Doyle, diretora médica da agência de saúde pública britânica Public Health England, espera que “estes testes rápidos ajudem a descobrir casos escondidos do vírus e interromper cadeias de transmissão, travando os surtos antes que aconteçam”.