A 4 de julho de 1899, Ricardo Jorge, à data diretor do Posto de Saúde Municipal da cidade do Porto, recebeu um bilhete que o intrigou. Um comerciante da Rua de São João alertava-o para uma série de mortes que tinham ocorrido perto da zona onde negociava. Em poucos dias, o médico percebeu que, três séculos depois do último surto, a peste bubónica estava de regresso.
Esta descoberta significaria um ponto de viragem na sua vida. Nascido no Porto, a 9 de maio de 1858, cedo se destacou como aluno brilhante. Terminou o curso de Medicina em 1879 e, aos 22 anos, já dava aulas na Escola Médico-Cirúrgica da Invicta. As suas viagens ao estrangeiro contribuíram para uma visão moderna da Ciência que ele procurou implementar em Portugal.
Aquando da bubónica, as suas recomendações iniciais passavam pelo “internamento e isolamento de todos os contagiados”, assim como pela desinfeção das suas casas. Revoltada contra uma ameaça que não via, uma multidão que protestava contra as medidas sanitárias – “numa atitude agitadíssima que se traduziu em constantes ‘morras’ a algumas personalidades que a epidemia mais tem posto em evidência”, noticiava o Jornal de Notícias – chegou a apedrejar a residência dos seus pais.
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