Levantar as restrições durante o período do Natal seria abrir caminho à sobrecarga dos hospitais em janeiro, alertou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
E, por isso, os países estão a ser cautelosos no momento de decidir aliviar as medidas de contenção da pandemia que vão vigorar durante a quadra natalícia.
Em Portugal, ainda não se conhecem as limitações que serão impostas, mas o que se passa noutros países pode deixar algumas pistas.
ESPANHA
Os encontros estarão limitados a seis pessoas nas vésperas de Natal e de Ano Novo e também nos próprios feriados. Além disso, irá haver recolher obrigatório entre a 1 e as 6 da manhã, nas vésperas das celebrações (duas horas mais tarde do que o atualmente em vigor).
O governo espanhol aconselha as famílias a passarem a consoada apenas com as pessoas que vivem na mesma casa. Também é sugerido que os encontros com pessoas fora do agregado familiar sejam realizados ao ar livre.
Aos estudantes universitários deslocados, pede-se que limitem os seus contactos nos dias anteriores a regressarem a casa para passarem o Natal e que usem máscara mesmo dentro de casa.
As deslocações entre comunidades não estarão proibidas, mas devem ser absolutamente excecionais.
Os espetáculos de Natal podem realizar-se ao ar livre e, em locais fechados, não podem ultrapassar 50% da lotação do espaço e não se pode cantar.
FRANÇA
Excecionalmente, nos dias 25 e 31 de dezembro não haverá recolher obrigatório, que irá vigorar entre as nove da noite e as sete da manhã, a partir de 15 de dezembro.
Ainda não é conhecido o número de pessoas que poderá juntar-se para celebrar o Natal ou a passagem de ano, mas serão proibidos ajuntamentos ao ar livre na noite de 31 de dezembro.
E já se sabe que os bares, cafés e restaurantes continuarão encerrados até 20 de janeiro, assim como os ginásios e as estâncias de esqui.
Por enquanto, as viagens entre regiões continuam proibidas, mas o presidente Emmanuel Macron abriu a porta ao levantamento das restrições de circulação se os números da pandemia continuarem a diminuir.
BÉLGICA
Sendo um dos países europeus mais duramente atingidos pela segunda vaga, os belgas preparam-se para celebrarem a quadra apenas com as pessoas que vivem na mesma casa, sem direito a fazerem ou a receberem visitas.
O primeiro-ministro Alexander de Croo resolveu dar o exemplo e garantiu, publicamente, que vai passar a consoada apenas com a mulher e os dois filhos. “Ou contamos com uma terceira vaga no Natal ou originamos uma terceira vaga no Natal”, afirmou o governante.
Haverá uma revisão das medidas ainda antes do Natal, que poderá dar origem a alterações nas restrições.
ALEMANHA
O confinamento será interrompido entre 23 de dezembro e 1 de janeiro. Durante esse período, serão permitidos encontros entre dois agregados familiares, desde que não ultrapassem uma dezena de pessoas no total, sem contar com os menores de 14 anos.
É aconselhado a todas as pessoas que, depois das celebrações, fiquem em isolamento profilático, mas ainda não foi determinado durante quantos dias.
Os mercados de Natal estão proibidos.
ITÁLIA
Só no início de dezembro serão conhecidas todas as medidas, mas o ministro da Saúde, Roberto Speranza, admitiu a possibilidade de ser permitida a circulação entre regiões que se mantenham com o nível de alerta amarelo, o menos grave dos três estabelecidos.
É previsível que as deslocações para visitar familiares e que os encontros continuem muito limitados nas regiões que se mantiverem nos níveis laranja e vermelho.
Os mercados de Natal também estão proibidos.
SUÉCIA
O país que menos restrições impôs durante a primeira vaga viu-se obrigado a endurecer as medidas. Recentemente, os encontros no espaço público foram limitados a um máximo de oito pessoas.
Também foi proibido o consumo de álcool, após as dez da noite, em bares e restaurantes.
Este ano, o histórico museu a céu aberto Skansen, e o seu tradicional mercado de Natal, estará encerrado durante as festividades. Será a primeira vez desde a sua abertura, há 129 anos.
REINO UNIDO
Durante o período festivo de 23 a 27 dezembro, as famílias deverão criar “bolhas natalícias”, ou seja, podem conviver com até um máximo de três agregados familiares, que têm de ser sempre os mesmos ao longo dos cinco dias.
O número de pessoas que integram a “bolha” não é limitado, dependerá dos elementos de cada um dos três agregados familiares que decidam juntar-se.
No entanto, se uma família prestar apoio a alguém de forma regular, por exemplo, a um idoso, ambos deverão ser contabilizados apenas como um único agregado. E os estudantes deslocados que regressem a casa também não serão contabilizados como um agregado familiar à parte. Só os filhos de pais separados poderão circular livremente entre as “bolhas” dos pais.
É aconselhado que seja respeitado o distanciamento físico em relação aos membros da família que pertençam a grupos de risco.
As “bolhas natalícias” podem reunir-se em casa ou em espaços públicos, mas não em locais como bares ou restaurantes.
A circulação entre regiões também será temporariamente permitida entre 23 e 27 de dezembro.