Uma equipa de reportagem da Sky News entrou numa das prisões mais perigosas do mundo, na Venezuela. Lá, o cenário não é, de todo, o melhor: falta de higiene, prisioneiros armados, compartimentos destruídos… Para além disso, o número de guardas prisionais não é o suficiente para proceder a um controlo eficaz de todo o estabelecimento.
O Internato Judicial de Carabobo situa-se em Valencia, uma cidade próxima de Caracas, na Venezuela. A Sky News foi o primeiro órgão de comunicação internacional a conseguir reunir as condições necessárias de autorização para entrar dentro da prisão. O estabelecimento tem regras muito restritas no que concerne a este aspeto sendo que foi requisitada a assinatura de um termo que ditava que prisão e o governo não se iriam responsabilizar por possíveis danos.
Em apenas meia hora, o tempo de duração da visita definido pelos reclusos, foi possível compreender o porquê de aquele local ser tão assustadoramente perigoso. Toda a estrutura interna da prisão se encontrava destruída e pouco higienizada: canos de esgoto à mostra, água suja a correr pelo chão, lixo por toda a parte…
O líder dos reclusos anda sempre armado com um revólver, até mesmo quando os guardas estão presentes. O preso em questão, cujo nome se desconhece, acumula cerca de 5,500 dólares todas as semanas, sendo que cada prisioneiro lhe dá um dólar. “Estou a ficar rico, porque haveria de querer sair?”, disse ele à equipa da Sky News quando questionado se queria sair da prisão um dia.
A falta de controlo dentro do estabelecimento é tão escassa ao ponto de os reclusos conseguirem ter tudo o que querem. Podem pagar para ter relações sexuais, comprar droga, álcool e armas sem qualquer tipo de punição. Um dos guardas prisionais contou à Sky News que o maior problema do estabelecimento prisional venezuelano é a falta de pessoal para impor ordem. “A maior parte dos prisioneiros possui armas consigo, e se eles resistirem, isto tornar-se-ia um cenário de guerra”, explicou ele.
O sistema prisional da Venezuela enfrenta graves problemas a nível de funcionamento e organização. A destruição de infraestruturas, o colapso económico e a burocracia especulativa têm vindo a paralisar totalmente o sistema num país que, por si só, já tem de lidar com as inúmeras adversidades económicas e sociais. Para além disso, o sistema legal não consegue dar resposta a questões como o tempo de duração da pena, sendo que muitos dos reclusos ainda estão à espera que os seus casos sejam ouvidos e as devidas decisões tomadas.