Donald Trump retweetou um vídeo que divulgava informações falsas acerca da defesa da utilização de hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19. No centro das declarações estava a médica Stella Immanuel cujo discurso o presidente dos Estado Unidos considerou “muito impressionante”.
Em conferência de impresa, na passada terça-feira, a CNN questionou Donald Trump acerca das declarações de Immanuel, que indicavam a inutilidade das máscaras, e a defesa do uso de hidroxicloroquina para tratar os pacientes da Covid-19. Citado pela CNN, Trump respondeu que a médica “teve um grande sucesso com centenas de pacientes diferentes”, e pensou que “a sua voz era importante. Mas não sei nada acerca dela”, acrescentou.
Juntamente com outros médicos da organização Médicos da Linha da Frente dos EUA, Immanuel aparece no vídeo dizendo que os americanos estão a negar o uso hidroxicloroquina, que pode ser fulcral para a cura da Covid-19. No entanto, vários testes já comprovaram que o medicamento é ineficaz no tratamento da doença, sendo que a sua utilização já foi descartada.
O vídeo, publicado pelo site de notícias de extrema-direita Breitbart, andou a circular no Twitter e Facebook. No entanto, foi eliminado imediatamente das redes sociais por conter informações falsas acerca do coronavírus.
Immanuel é uma médica pouco conhecida. Formada pela Universidade de Calabar, na Nigéria, é pastora cristã e fundadora da Fire Power Ministries, uma plataforma que utilizou para promover conspirações ligadas à medicina. Há cerca de cinco anos, alegou que ADN extraterrestre estava a ser usado em tratamentos médicos, e que os cientistas estavam a preparar uma vacina para impedir que as pessoas se tornassem religiosas. Um outro argumento utilizado por Immanuel no passado foi a responsabilização de bruxas e demónios pelo surgimento de doenças, uma crença comum entre alguns cristãos evangélicos.
Num dos mais recentes tweets, Immanuel acusa Anthony Fauci de “estar a jogar à ruleta russa” com a vida dos americanos, ao mesmo tempo que continua a defender a utilização de hidroxicloroquina.