O turismo de vida selvagem garante grande parte do dinheiro necessário para manter parques onde espécies como elefantes, leões e rinocerontes vivem, funcionais.
No entanto, o impacto da pandemia causada pela Covid-19, que se fez sentir em vários setores, nomeadamente no turístico, obrigou ao encerramento desta atividade.
As receitas que garantiam a subsistência de vários animais e comunidades estagnaram e todos os lucros futuros são incertos, pois é impossível calcular a data em que o turismo vai voltar, e em que quantidade.
Cientes desta realidade e dos efeitos nefastos desta crise, os fotógrafos Pie Aerts e Marion Payr uniram-se e criaram o Prints for Wildlife onde trabalhos de mais de 80 fotógrafos de mais de 20 países serão vendidos por 100 dólares cada, de modo a angariar fundos para garantir o bem-estar de quase duas dezenas de áreas protegidas.
O dinheiro angariado será entregue à organização não governamental African Parks, que regula neste momento 18 parques nacionais e zonas protegidas em Angola, Benim, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Malawi, Moçambique, República do Congo, Ruanda, Zâmbia e Zimbabué.
A campanha, que decorre até ao dia 26 de agosto, doará a totalidade dos lucros à organização que, para além de garantir a conservação da vida animal, está também focada em desenvolver a economia das comunidades vizinhas destes parques, de modo a garantir projetos ecologicamente, socialmente e financeiramente sustentáveis, a longo prazo.
“Quando lançámos este projeto, queríamos criar um impacto além-fronteiras – tal como esta pandemia. Pensámos imediatamente na African Parks, devido ao seu envolvimento em algumas das regiões africanas mais vulneráveis e graças ao seu histórico de trabalho com os Governos”, explicou Payr.
Esta campanha pretende ainda sensibilizar para o facto de a destruição de habitats e o aumento da exploração da vida animal estarem intimamente ligadas a epidemias como a que enfrentamos atualmente.