A imagem divulgada pela NASA mostra Saturno e os seus anéis, acompanhados das duas luas geladas, Mimas, à direita e Enceladus, por baixo.
O Hubble registou esta nítida imagem do segundo maior planeta do Sistema Solar a 4 de julho, numa altura em que Saturno se localizava a mais de 1.3 milhões de quilómetros do Planeta Terra, virado para o Sol.
A atmosfera do planeta é composta maioritariamente por hidrogénio e hélio, com traços de amoníaco, metano, vapor de água e hidrocarbonetos que lhe conferem uma cor castanha amarelada.
A leve neblina avermelhada observada sobre o hemisfério norte pode dever-se ao aquecimento causado pelo aumento da luz solar, que pode tanto alterar a circulação atmosférica como remover o gelo dos aerossóis na atmosfera. Uma outra explicação é que o aumento da luz solar nos meses de verão altera a quantidade de smog fotoquímico produzido.
Por outro lado, o hemisfério sul contrasta com as suas cores frias, apresentando uma neblina azul, refletindo as mudanças trazidas pelo inverno. O Hubble captou ainda pequenas tempestades atmosféricas que tendem a aparecer e a desaparecer com as observações anuais.
É possível observar com grande pormenor os característicos anéis de Saturno que são predominantemente formados por pedaços de gelo. Um dos maiores mistérios do Sistema Solar é como e quando estes anéis apareceram. Enquanto uma das teorias é que eles possam ser tão antigos quanto o planeta, tendo assim 4 mil milhões de anos, o brilho marcante que os caracteriza pode ser um indicador de que só apareceram durante a era mesozoica, a era dos dinossauros.
O Hubble, que foi lançado pela NASA em 1990, possuía uma esperança de vida de 15 anos, mas 30 anos após a sua chegada ao espaço, continua a presentear cientistas com novas e magníficas imagens.
Durante o seu tempo em órbita, o telescópio conseguiu mais de 1.4 milhões de observações, sendo que esses dados levaram à criação de mais de 17 mil publicações científicas, sobre os mais variados tópicos.
Esta imagem, que mostra o verão em Saturno, faz parte do projeto Outer Planets Atmospheres Legacy, que ajuda cientistas a compreender as dinâmicas atmosféricas e a evolução dos gigantes gasosos do Sistema Solar.