“Cabo Verde sente-se honrado por ter um parceiro privilegiado como o Luxemburgo na União Europeia. Um parceiro que sempre vem defendendo os interesses do nosso país, de forma comprometida, mas, sobretudo, criando as condições para que possamos garantir uma vida melhor a todos os cabo-verdianos”, afirmou hoje o vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia.
O governante falava após a assinatura, na Praia, de duas novas convenções com o Governo do Luxemburgo, de mais de 1,6 milhões de euros, para financiar ações de combate à covid-19 em Cabo Verde.
“Não poderíamos deixar de referir que, face ao contexto atual, o Luxemburgo respondeu prontamente ao nosso pedido, antecipando o desembolso da ajuda orçamental para este ano, com uma única tranche no valor de dois milhões de euros, que já entrou nas contas do Tesouro, e que muito agradecemos”, sublinhou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.
Acrescentou que Cabo Verde mantém com o Luxemburgo “um diálogo político excelente, uma cooperação ao desenvolvimento em condições de donativo, plurianual, previsível, cobrindo todas as áreas e domínios prioritários” para o arquipélago, como empregabilidade, água e saneamento, descentralização, energias renováveis, transição energética, meio ambiente e ação climática.
“Tudo isso, a par de uma ajuda orçamental setorial, com modalidades inovadoras, de execução diversificada, para o Governo, as autarquias, agências especializadas, as Nações Unidas, as ONG [Organizações Não-Governamentais], e que inclui também a cooperação triangular com países terceiros, caso de São Tomé e Príncipe, e agora com Cuba”, afirmou ainda.
Insistiu que para combater a crise provocada pela pandemia da covid-19 o país necessita de “continuar a mobilizar” os parceiros internacionais, como o Luxemburgo, para “ter as ferramentas necessárias para um bom combate, quer na perspetiva biológica, como também, na perspetiva económica e social”.
Uma das convenções de financimaneto assinada hoje com o Governo do Luxemburgo, no valor de 1,134 milhões de euros, destina-se ao apoio aos municípios no combate à covid-19. Consiste em financiar intervenções ao nível do saneamento e saúde pública, mas também no apoio às famílias mais afetadas pela pandemia, segundo o Governo cabo-verdiano.
A segunda convenção de financiamento, no valor de 494.633 euros, vai suportar os custos com os 33 especialistas de saúde cubanos que estão em Cabo Verde para apoiar as autoridades locais no combate à pandemia. A equipa cubana, que será assim financiada pelo Luxemburgo, é composta por 18 médicos, dez enfermeiros e cinco técnicos de saúde.
Cabo Verde regista um acumulado de 1.027 de covid-19, desde 19 de março, distribuídos pelas ilhas de e Santiago (795), Sal (157), Boa Vista (57), São Vicente (12), Santo Antão (04) e São Nicolau (02). O país registou ainda nove óbitos associados à doença, mantém 455 casos e 562 já foram considerados recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 484 mil mortos e infetou mais de 9,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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