A Pordata divulga hoje, dia 13, feriado municipal, uma análise estatística comparativa de Lisboa em 2010 e em 2018, o ano com dados mais recentes até agora recolhidos, em mais de 20 fontes oficiais. Nesse hiato de oito anos, saltam à vista alterações significativas a nível demográfico, da habitação e dos apoios sociais, num total de 54 “indicadores-chave”, dos quais destacamos os mais relevantes. Vamos por temas.
Demografia
O município de Lisboa perdeu mais de 42 mil residentes no período entre 2010 e 2018, com uma quebra de cerca de 6% na população ativa, em contraste com a subida no número de jovens (menos de 15 anos) e idosos (mais de 64), em termos percentuais. Os primeiros representam agora 16,2% dos habitantes da capital, acima da média nacional, enquanto os segundos situam-se nos 28,3%. Por cada 100 jovens existem 175 idosos, quando em 2010 eram 200, num sinal de certo rejuvenescimento.
Nos dados demográficos, também não passa despercebido o aumento flagrante dos estrangeiros com autorização de residência. Em oito anos, o número quase duplicou, de 43.142 para 78.614, o que se traduz em 15,5% da população total.
Há ainda a registar uma ligeira descida ao nível dos nascimentos (menos 336, num total de 5900) e dos óbitos (menos 716, em 6870), neste caso em contraciclo com a realidade do País, que registou mais sete mil mortes em 2018 do que em 2010. Na mortalidade infantil (menos de um ano), verificou-se uma ligeira subida, de um rácio de três mortes por cada mil nascimentos para 3,1 mortes por mil nascimentos.
Trabalho
O salário médio dos trabalhadores por conta de outrem subiu apenas 41 euros em termos comparativos. Ainda assim, a média de 1616 euros em Lisboa mantém-se bem acima dos €1167 de média nacional, que aumentou €92 no mesmo período de oito anos.
Com menos cinco mil desempregados inscritos nos centros de emprego e menos dois mil trabalhadores na administração pública local, foram as empresas não financeiras a liderar a oferta. De 100 mil passaram a 115 mil, possibilitando a criação de mais de 60 mil postos de trabalho.
Educação
O ensino não superior perdeu quase 10 mil alunos e as universidades ficaram sem outros três mil, mas isso parece só ter tido impacto ao nível dos estabelecimentos do ensino superior. Desapareceram seis das 74 universidades em atividade em 2010, mas não se verificaram alterações de monta no que respeita aos estabelecimentos de ensino do secundário para baixo.
Habitação
O valor médio de avaliação bancária do m2 das casas em Lisboa atingiu os €2300 em 2018, quando em 2010 não ia além dos €2030. O fosso tornou-se ainda maior para o resto do País, cuja média baixou de €1233 para €1192.
Cultura
Lisboa ganhou seis museus e perdeu oito ecrãs de cinema no período analisado. Espetáculos ao vivo foram mais 200, uma pequena amostra de um aumento de quase seis mil a nível nacional.
Apoios sociais
Verificou-se uma quebra acentuada nas pensões pagas através da Segurança Social (velhice, invalidez e sobrevivência). Uma diminuição de cerca 35 mil pensionistas e apenas um aumento de dois mil reformados da Caixa Geral de Aposentações mantém, ainda assim, na casa dos 60% a percentagem da população que recebe uma pensão do Estado. Já os beneficiários do Rendimento Mínimo de Inserção caíram cerca de um terço (para menos de 20 mil), acompanhando a tendência nacional.
Saúde
Tanto o número de hospitais como o de farmácias reduziu nestes oito anos. O município perdeu cinco hospitais e 26 farmácias.
Outros
O número de bancos e caixas automáticas de multibanco diminuiu consideravelmente (203 no primeiro caso e quase 400 no segundo), o crime registou uma ligeira descida (de 76,9 para 75,5 por cada mil habitantes) e, em matéria de ambiente, a recolha seletiva de resíduos urbanos teve um crescimento exponencial, com 179,8 quilos recolhidos por habitante contra os 102,5 de 2010.