A história da aventura da família Monarca já é conhecida. Rute Gonçalves e João Monarca partiram com a família toda – os três filhos Marta, Afonso e Carmen – num veleiro que agora é a sua casa para dar uma volta ao mundo. Para trás deixaram uma vida confortável em Portugal – Rute trabalhava no marketing da Galp e João tem uma empresa de observação de golfinhos, para se dedicar a um sonho que se tornou o projeto de vida de ambos.
A meio de uma das maiores travessias do seu plano de viagem – a do Atlântico –, lembraram-se de atirar ao mar uma mensagem numa garrafa. Marta, 14 anos, escreveu a missiva e colocou-a numa garrafa bem fechada. As correntes são muitas, onde será que iria parar? Alguém a resgataria? E mais, improvável, alguém dar-se-ia ao trabalho de responder?
A garrafa foi lançada ao mar dia 17 de dezembro, depois de saírem de Cabo Verde a 10 de dezembro – chegaram a Martinica 14 dias depois. Mais precisamente, quando estavam nas coordenada do globo N 015º 58´; W 043º 15`.
E esperaram…
Para surpresa de todos, a resposta chegou na véspera do Dia dos Oceanos, através de uma mensagem de Instagram.
“Hey, sou o Sebastian e sou de Culebra, Porto Rico, próximo de St Thomas, estou a escrever porque encontrei a vossa carta na garrafa. Espero que estejam bem. Um grande abraço e que os deuses dos mares vos acompanhem.” Coração para rematar no final.
Na Colômbia, onde a família se encontra agora a fazer quarentena numa marina, a reação foi de êxtase. “Ficámos tão felizes e surpreendidos de a garrafa ter sido encontrada”, diz Marta. “E agradecidos de nos terem escrito de volta”.
6 meses e 2000 quilómetros depois, a mensagem foi parar às mãos de um jovem rapaz porto-riquenho, muito simpático. Marta já respondeu de volta. Afinal, o mundo é só um, mais pequeno do que pode parecer e temos um mar que nos une.