Quem melhor do que Tim Vieira para dizer “escolhe Portugal”? Este empresário de sucesso sul-africano, de 42 anos, que se tornou conhecido com a sua participação no Shark Tank nacional, podia viver em qualquer ponto do mundo, mas, lá está, escolheu Portugal.
E é a partir da sua casa no Alentejo, onde está aquarentenado com a mulher e os filhos (todos em telescola), que nos explica, com o seu natural entusiasmo, porque se lembrou de criar a plataforma Escolhe Portugal – que, apesar de ainda agora ter sido lançada, conta já com 500 empresas inscritas. Mas o objetivo é contar com muitas mais.
“Depois de ter recebido muitos pedidos de ajuda e de informação, quis unir os empresários para passarmos esta crise juntos. Mas sem ser nacionalista – as únicas exigências para fazer parte da plataforma é pagar impostos e empregar em Portugal”, realça Tim Vieira.
E também não há discriminação quanto ao tamanho, pois aceitam-se empresas pequenas, médias e grandes. O importante é criar-se uma enorme base de dados, consultável pelos consumidores (há vários filtros para pesquisa) ou por quem quiser fazer negócio com portugueses e até instalar-se por cá, seguindo o exemplo de Tim Vieira. “Já aconteceu um empresário na Suíça pedir-me o contacto de alguém que produza garrafas de vidro. Neste caso, mandei o contacto para a plataforma, mas a ideia é que isso aconteça diretamente, sem a nossa intervenção. Não queremos ser logística, nem vendas, apenas abrir as portas.”
Não queremos ser logística nem vendas, apenas abrir as portas
E essas portas podem mesmo ser escancaradas, porque Tim Vieira está apostado em que o País suba do seu tímido 39º lugar no ranking da facilidade de fazer negócios do Banco Mundial para o top 10. “Temos muitas vantagens em relação a outros locais, como a facilidade em falar línguas, as boas universidades, os escassos problemas sociais”, nota o empresário, natural de Joanesburgo.
Por isso, ao mesmo tempo que lançou a Escolhe Portugal, reuniu-se com alguns conselheiros para redigirem um manifesto de ideias e esperança, mostrando a quem de direito que as coisas são possíveis. Só há que mudar mentalidades, atuar e fazer acontecer, mais rápido do que nos outros países e de forma transparente. “Portugal é o sítio certo para investir, viver e trabalhar”, assegura.
Para dar mais visibilidade ao projeto, criou-se também a figura dos embaixadores, que são pessoas que também acreditam nas capacidades do País e vão espalhar palavra, afastando a aura negativista que pode surgir com esta crise. São eles, César Mourão, Catarina Furtado, Pêpê Rapazote, Chackall, Ivo Ferreira, Jani Zhao, Gonçalo Uva e Joana Andrade.