Nuno já tem almoço marcado para terça-feira, dia 19, com mais três pessoas. Luísa reservou duas datas para jantar fora, uma com a família, outra com oito amigos. Ricardo irá a meio da semana que vem comer a sua mariscada, sentado na mesa do costume. A estes três ávidos clientes, a que se juntarão tantos outros que já asseguraram a sua presença na primeira semana de abertura, resta-lhes esperar pelo dia 18 de maio para recuperarem um pouco da normalidade das suas vidas e poderem voltar aos restaurantes. Com toda a segurança possível, de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e com aquilo a que já eram obrigados há anos pela Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo (HACCP). Por enquanto, as portas mantêm-se fechadas, ou entreabertas para entregas de takeaway. Em alguns casos, 20% segundo a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a maior associação do setor, nunca mais se abrirão.
Não é o caso de Justa Nobre, 63 anos, que promete reerguer-se mais uma vez, desejosa de levantar as toalhas que há dois meses lhe tapam os talheres, os pratos e os copos que antes iam à mesa. Aproveitou este tempo para uma limpeza e desinfeção profundas, reparação de exaustores e ares condicionados, coisas que já fazia antes. E depois de cinco dias a remoer sobre o que fazer da vida, voltou ao ativo com o takeaway no seu restaurante no Campo Pequeno, em Lisboa. “Temos uma clientela muito fiel, a quem devemos muito respeito. Além disso, precisávamos de sobreviver e não de ficar à espera do Governo. Não paga as contas todas, claro, mas dá uma ajuda e assim sinto-me útil.” E com as sucessivas adaptações, acabou por ser um êxito.
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