Numa altura em que se estimam quebras de 40% do número de visitantes em Portugal, este ano, devido aos efeitos da pandemia provocada pela Covid-19, o jornal The Telegraph decidiu elencar 20 razões para os turistas britânicos regressarem ao território nacional logo que possível.
Uma quebra de 40% significa menos sete milhões de entradas internacionais no País, em comparação com o ano anterior.
Em 2019, o Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor de turistas para Portugal, representando 19,2% das dormidas
Em 2019, o Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor de turistas para Portugal, representando 19,2% das dormidas de estrangeiros. Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%).
O jornal britânico considera que as praias portuguesas rivalizam com as das Caraíbas e até destaca a aliança mais antiga do mundo, firmada no Tratado de Windsor, em 1386, como um dos motivos para as boas relações entre os dois países.
Também o enfermeiro português que acompanhou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, quando este esteve internado com Covid-19, é apresentado como símbolo dos laços entre Portugal e o Reino Unido.
Segue-se a lista das principais atrações turísticas portuguesas, de acordo a publicação britânica.
Pastéis de Nata
Apesar de ser possível encontrá-los no Reino Unido, o jornal alerta que nada se compara com os verdadeiros Pastéis de Belém, que mantém a mesma receita desde 1837, e podem ser encontrados próximo do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Praias
“São as melhores da Europa”, escrevem. O destaque vai para o Algarve, claro. Odeceixe é um dos pontos de passagem obrigatórios, mas também a Comporta merece referência, assim como Lisboa, Estoril e Cascais. A Norte, sublinha-se a beleza da foz do Douro.
Vinho
Consideram-no um dos segredos mais bem guardados de Portugal. Nesta matéria, o Douro, a região demarcada mais antiga do mundo, é imbatível. Também o Alentejo é referido como uma região vinícola a descobrir.
Azulejos
Nas fachadas de Lisboa ou do Porto, mas também no Algarve ou no Alentejo, são um dos traços distintivos da paisagem urbana nacional. Até os ladrilhos e a tijoleira algarvia de Santa Catarina são referidos como um tesouro.
Surf
A Praia do Norte – e a onda de 24,38 metros lá surfada pelo brasileiro Rodrigo Koxa – fazem da Nazaré um local de peregrinação para os surfistas britânicos. Também a Praia de Medão, em Peniche, mais conhecida como a praia dos supertubos, é um trunfo nacional.
Sabonetes
São as míticas Claus Porto e Benamor 1925 que colocam Portugal nos lugares cimeiros no que aos sabonetes diz respeito. Embalagens belle époque e muitas histórias perfumadas fazem as delícias dos turistas. A Rainha Dona Amélia, por exemplo, fui uma cliente fiel da Benamor 1925.
Café
Sem surpresas, o café também figura nesta lista de atrações. “É bom em todo o lado.” O jornal britânico até aproveita para explicar o que é uma bica, um café pingado ou um abatanado.
Igrejas
Da igreja de São Lourenço, em Almancil, à de São Roque, em Lisboa, passando pela de São Francisco, no Porto, foram estas as escolhidas para simbolizar a beleza das igrejas portuguesas, “severas por fora e opulentas por dentro”.
Luminosidade
Seja o sol refletido no Tejo ou o pôr-do-sol algarvio, todas as oportunidades são boas para aproveitar a luz portuguesa, uma das maiores belezas nacionais. Sobretudo para quem está habituado a um clima mais cinzento.
Azeite
Tal como o vinho, também é considerado um segredo bem guardado. O Douro e o Alentejo voltam a ser as regiões privilegiadas. As saladas nunca mais serão as mesmas sem o azeite português, dizem. “Uma vez provado, é inesquecível”.
História
A herança histórica de Portugal, um País com mais de 800 anos, é vista como um dos seus principais atrativos. Os britânicos invocam os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, mas também a descoberta do caminho marítimo para a Índia ou “a melodia assombrosa” do Fado como narrativas a explorar.
Artesanato
Numa homenagem aos artesãos portugueses, o enfoque é dado ao Alentejo: as esculturas de mármore rosa extraído das pedreiras de Estremoz, as típicas figuras de barro de Évora, a cerâmica do Redondo ou a lã de Monsaraz. Também a cortiça é referida, assim como o vime. A Norte, destacam-se as rendas, os bordados e as joias em filigrana.
Trilhos pedestres
O Trilho dos Pescadores da Rota Vicentina, com mais de 200 quilómetros, é um dos percursos mais procurados pelos caminheiros. Os mais corajosos podem seguir o percurso completo ao longo da costa alentejana e algarvia, mas também é possível completar etapas mais curtas. Já o trilho dos Sete Vales Suspensos, em Lagoa, com 6 quilómetros, foi considerado um dos mais bonitos da Europa. Na região Centro, são os caminhos das Aldeia do Xisto os contemplados.
Vinho do Porto
Era inevitável que sublinhassem a importância do Vinho do Porto, muito apetecido no mercado britânico. Sugerem explorar as caves de Vila Nova de Gaia e do Porto, à descoberta da diferença entre um tawny e um vintage.
Queijo
O queijo da Serra da Estrela, claro, feito com leite de ovelha e cardo, intenso e amanteigado, mas também o de Azeitão, mais amargo e salgado. Mas os portugueses sabem que há muito mais queijos para descobrir…
Gastronomia
Sim, falam do bacalhau, mas também das amêijoas à Bulhão Pato e do arroz de polvo. Talvez a gastronomia merecesse toda uma lista à parte…
Festivais
Tal como os portugueses, também os britânicos aguardam ansiosamente pelo regresso dos Santos Populares. No Santo António há sardines nas ruas e, no São João, fogo-de-artifício. Ao que parece, estão intrigados com o facto de várias festas populares incluírem saltar fogueiras.
Golfe
Portugal já foi considerado o melhor destino de golfe do mundo durante cinco anos consecutivos. Este ano, a Federação Portuguesa de Golfe prevê uma quebra de 60% do turismo associado ao sector.
Talvez os britânicos ajudem a compensar as perdas quando a pandemia estiver controlada. Prevê-se que o turismo nacional só regresse aos níveis de 2019 daqui a dois anos.