Usar máscara quando estiver na rua e praticar o distanciamento social – mantendo, pelo menos, dois metros de distância dos outros – são algumas das recomendações fundamentais para se proteger quando tem de sair de casa.
A verdade é que estas recomendações não passam disso mesmo, de recomendações, e não têm força de lei. Também por isso, nem todas as pessoas as respeitam.
Impedir a disseminação do vírus Sars-Cov-2 na comunidade é o principal objetivo destes comportamentos preventivos.
Por vezes, criam-se tensões entre as pessoas que cumprem as medidas de prevenção à risca e aquelas que não estão sensibilizadas ou, simplesmente, não querem saber delas.
Saiba como agir se sentir que a sua saúde está em perigo.
Filas de compras
Se alguém não estiver a respeitar a distância de dois metros, peça-lhe gentilmente para se afastar, em vez de deixar a irritação aumentar. Explique-lhe que é uma medida de proteção para ambos – assim, evita que a outra pessoa se sinta ofendida por achar que apenas ela está a ser tratada como um possível foco de contágio.
Profissionais sem máscara
Imagine que vai a um supermercado onde os trabalhadores não usam máscara e que fica incomodado. Pode sensibilizá-los para essa medida de proteção mas, antes, agradeça-lhes pelo seu trabalho essencial em tempos de epidemia. Sublinhe que as máscaras são fundamentais para a sua própria proteção.
Falta de etiqueta
Um vizinho espirra ou tosse sem cobrir a boca? Alerte-o, simpaticamente, para a importância da etiqueta respiratória, que implica cobrir o rosto com um lenço descartável ou com o interior do cotovelo sempre que se espirra ou tosse.
Comportamentos (aparentemente) irresponsáveis
Se vir uns avós com os netos ao colo ou um grupo de amigos a menos de dois metros de distância, lembre-se de que não conhece a história toda. Os avós podem estar a tomar conta dos netos desde o início da pandemia e não ter contacto com mais ninguém e o grupo de amigos pode, na verdade, viver na mesma casa e não ter forma de garantir o distanciamento.
Mesmo não o colocando diretamente em risco, as situações em que os outros não cumprem as recomendações podem gerar ansiedade em tempos de pandemia.
Os chamados “eventos aversivos”, como as ameaças à segurança, ativam a amígdala, que funciona como uma espécie de alarme do cérebro, induzindo estados emocionais negativos, como a irritação, a frustração ou a raiva.
Agradecer aos outros por cumprirem o distanciamento social, reforça o seu comportamento.
Por isso, a melhor forma de evitar uma reação desproporcionada a estas situações é procurar ter empatia.
Tem todo o direito de proteger a sua saúde. Faça-o com sensibilidade e bom senso.
Por outro lado, também faz sentido agradecer às pessoas que seguem as recomendações e cumprem o distanciamento social. Esta atitude de reconhecimento reforça o bom comportamento dos outros.
De acordo com o Ministério da Administração Interna, entre 18 e 29 de abril, na terceira fase do Estado de Emergência, foram detidas 108 pessoas por desobediência à obrigação de confinamento.