A fêmea Alva estava no grupo dos 18 galgos moribundos apreendidos a João Moura a 19 de fevereiro passado, após uma busca da GNR à herdade do cavaleiro tauromáquico, em Monforte (Portalegre). O País viu, chocado, nas imagens então divulgadas, o estado deplorável em que os animais se encontravam, um dos quais, aliás, morreu logo no dia seguinte àquela intervenção do Ministério Público e da GNR.
Mas Alva, como a VISÃO apurou de fonte fidedigna, é a protagonista da primeira história com final feliz que há já para contar neste caso, no âmbito do qual João Moura foi constituído arguido num processo-crime, por suspeitas de maus-tratos a animais. Aos cuidados da Katefriends, organização de acolhimento de animais, em Oeiras, que vive de donativos (à semelhança de outras duas associações de que adiante se falará), Alva foi devidamente alimentada, e fez tratamentos para a febre da carraça e anemia. A ponta da cauda, que estava em putrefação, acabou por cair e sarar. Também recuperou de uma lesão numa perna.
E eis que, no último dia 7, já pronta para o efeito, Alva foi adotada por uma família do Porto, num processo conduzido pela Katefriends. A mesma organização está confiante de que, a breve prazo, poderá proceder à adoção de outras duas galgas retiradas a João Moura. Violeta termina este mês o tratamento para a febre da carraça e giardia, e encontra-se a recuperar bem. Também Jasmin conclui este mês a mesma terapêutica, mas encontra-se igualmente a fazer tratamento para a leishmaniose, e é preciso repetir análises para se perceber se a intervenção clínica está a resultar. Violeta e Jasmin demonstram uma ligação forte e a Katefriends concluiu que não podem ser separadas. E já existe uma candidata para as adotar, quando estiverem prontas para que esse passo seja dado.
Já na APA (Associação de Proteção dos Animais), em Torres Vedras, que tem ao seu cuidado os galgos Gastão, Donald, Margarida e Pateta, um macho e a fêmea têm uma adotante escolhida. No entanto, ainda há que aguardar o fim dos tratamentos a que estão a ser submetidos todos os referidos cães, à febre da carraça, giardia, caudas que se encontravam putrefactas e outros problemas de peladas. No Cantinho da Milu, em Setúbal, o cenário é o mesmo: nove dos galgos retirados a João Moura estão a fazer aqueles tratamentos, para chegarem às condições de poderem ser adotados. Mas, como seria de esperar, a atualização deste caso não tem só boas notícias. Um dos machos que se encontra na APA, e que sofre de leishmaniose, piorou agora, com valores renais perigosos, e teve de ser internado. Será submetido a um tratamento para que volte a tornar-se segura a continuação dos injetáveis de combate à leishmaniose. Outra situação preocupante é a da galga Baileys, que está aos cuidados da Katefriends. Embora tenha já terminado o tratamento para a febre da carraça e anemia, não tem conseguido aumentar de peso e um caroço numa mama causa apreensão – tal como aconteceu com os valores da função renal que apresentava. Mas após fazer soro e medicação, acompanhados de ração específica, já foi possível dar início, esta semana, ao tratamento injetável da leishmaniose, de que a galga também padece. É um sinal de esperança para a sua recuperação e futura adoção. O mesmo se diga da galga que o Cantinho da Milu teve de internar e que recebeu alta já esta quarta-feira, 25.