Para 14 de março está agendado um festival taurino de beneficência, na praça de touros de Beja, de angariação de fundos para o Centro de Paralisia Cerebral daquela cidade e para a Acreditar-Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. Desde a primeira hora, o cavaleiro tauromáquico João Moura lidera o cartaz e assim vai continuar, se depender da vontade do organizador, José Ferreira Paulo.
Apesar do caso dos galgos subnutridos apreendidos pelo Ministério Público na quinta do cavaleiro, em Monforte, e da sua constituição como arguido, indiciado por maus-tratos a animais de companhia, Ferreira Paulo diz, à VISÃO: “Nunca me passaria pela cabeça retirá-lo do cartel nem substituir-me aos tribunais, julgando-o na praça pública.”
O organizador vai mais longe – apela a que os aficionados compareçam em massa e, a acrescer ao “slogan” do festival, “Acreditar na Vida, Esgotar Beja”, manifestem “apoio à festa e ao grande génio que é João Moura”.
Ferreira Paulo defende que os aficionados devem “respeitar na praça o passado do João Moura e mostrar uma vez mais o nosso lado solidário, tal como ele fez dezenas de vezes, tendo até toureado em Lisboa de forma graciosa uma corrida de seis touros para a Acreditar”. A memória, acrescenta, “não deve ser curta”.
O organizador do festival afirma que João Moura “terá que responder em local próprio pelos indícios que lhe são imputados”. Que, “a serem verdade”, diz, “repudio totalmente e pessoalmente chocam-me”.
Mas conclui: “Nunca nos devemos esquecer de que existe o direito à presunção de inocência.”