A Betelgeuse, uma gigante vermelha que já foi uma das 10 estrelas mais brilhantes do céu (agora estava em 23º lugar), começou a “comportar-se” de forma estranha no passado mês outubro, perdendo luminosidade ao ponto de quase “desaparecer” já em dezembro.
Sendo uma “estrela variável”, é expectável que a jovem Betelgeuse sofra alterações de luminosidade. O que não era de esperar era esta perda de luz tão visível e rápida, o que levanta uma suspeita: a gigante vermelha pode estar prestes a tornar-se uma supernova, o fenómeno que caracteriza os estágios finais da evolução de algumas estrelas e que se caracteriza por uma enorme explosão, que antecede a sua morte.
Ed Guinan, professor de astronomia na Universidade de Villanova, Pensilvânia, EUA, e principal autor do estudo, explica à CNN que a sua equipa acompanha a Betelgeuse há décadas e que nunca, desde que começaram as observações, a luminosidade da estrela diminuiu tão drasticamente.
A Betelgeuse, com 9 milhões de anos de idade, está a cerca de 700 anos-luz da Terra e os astrónomos calculam que a onda de choque provocada pelo evento demore qualquer coisa como 6 milhões de anos a chegar ao nosso sistema solar. Estrelas do tamanho destas não vivem, normalmente, mais do que 10 milhões de anos. No entanto, não é caso para nos entusiasmarmos com a possibilidade uma explosão desta dimensão acontecer no “nosso tempo” – Guinan aponta para a probabilidade de ocorrer nos próximos 200 a 300 mil anos.
Quando acontecer, é certo que dará um espetáculo no céu, com um brilho tão intenso que seria visível durante o dia.