A frequência da Televisão Digital Terrestre (TDT) está a ser alterada de forma faseada, o que significa que os portugueses que usem este serviço gratuito de televisão têm de sintonizar novamente os seus recetores e/ou televisores.
Esta mudança é determinada pela necessidade de libertar o espectro dos 700 MHz para a implementação da quinta geração de internet móvel (5G) em Portugal. Ainda não é claro se esta alteração poderá ter repercussões na cobertura da TDT e na qualidade do serviço prestado.
A migração começou já a ser feita a 27 de novembro, no emissor de Odivelas Centro, num teste-piloto que abrangeu 135 mil residências e áreas comerciais no concelho de Odivelas, e nas freguesias de Lumiar, Carnide e Santa Clara, em Lisboa, bem como na Encosta do Sol, na Amadora.
As alterações dos restantes emissores que compõem a rede TDT estão previstas para o início do próximo ano, iniciando-se de sul para norte e terminando nas Regiões Autónomas.
Os televisores mais modernos, em que o cabo da antena liga diretamente ao aparelho, podem ser sintonizados no menu, usando a funcionalidade “sintonia automática”. Para equipamentos mais antigos, que ainda tenham um recetor externo (uma box), o processo automático pode ser feito no menu deste aparelho, com o comando do recetor.
A Anacom sublinha que esta mudança não implica substituir ou reorientar as antenas, trocar a televisão ou o descodificador, e que não será necessária a subscrição de serviços de televisão paga.
A este alerta junta-se o aviso da Polícia de Segurança Pública, pois há sempre um aumento de burlas nestas fases de mudança, sobretudo junto dos mais idosos e mais isolados.
Para responder a dúvidas que os utilizadores tenham no processo de mudança, a Anacom disponibiliza o número de telefone gratuito 800 102 002 e promete colocar no terreno equipas para apoiar na sintonização dos aparelhos.
De acordo com o regulador, embora não existam números oficiais de quantas pessoas utilizam o TDT, os inquéritos realizados apontam para os 13-14% da população a aceder ao serviço gratuito de televisão. Os números não abrangem segundas habitações, nem segundos ou terceiros televisores em casa. Nesse caso, a percentagem sobe para 23% , segundo os cálculos da Anacom.