Um grupo de cientistas descobriu um corpo de uma cria quase perfeitamente conservado no permafrost (um tipo de solo constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) – o nariz, a pele e os dentes do animal estão notavelmente intactos. Os investigadores estão a ter dificuldades em perceber se é um lobo ou um cão.
“Normalmente é relativamente fácil perceber a diferença entre os dois”, disse David Stanton, investigador do Centro de Paleogenética, à CNN. “Com a quantidade de dados que já temos, seria de esperar que conseguíssemos dizer se é um ou outro. O facto de não conseguirmos pode sugerir que o corpo pertencia a uma população ancestral de ambos – cães e lobos”, explica.
Stanton disse à CNN que a cria viveu num período muito interessante em termos de evolução para ambas as espécies. “Não sabemos exatamente quando os cães foram domesticados, mas pode ter sido nessa época. Estamos curiosos em saber se é de facto um cão ou um lobo, ou talvez seja algo a meio caminho entre os dois”, disse o investigador.
Acredita-se que os cães modernos tenham sido domesticados de lobos, mas não se sabe exatamente quando. Em 2017, um estudo publicado na revista científica Nature Communications descobriu que os cães foram domesticados de uma única população de lobos há 20 mil a 40 mil anos atrás.
Cientistas do Centro de Paleogenética revelaram no Twitter que a análise do genoma da cria revelou que é do sexo masculino. Decidiram apelidar o animal de Dogor – que significa “amigo” em yakutiano.
Os cientistas planeiam continuar a analisar o genoma para descobrirem mais informação sobre as origens de Dogor.