Por princípio, e falando em termos gerais, qualquer pessoa diz que é melhor que seja um ser humano a substituir outro num emprego do que perdê-lo para um robô. Isso mesmo mostra um estudo da Universidade Técnica de Munique e da Universidade Erasmus de Roterdão.
A reviravolta nas respostas dá-se quando se pergunta aos inquiridos (cerca de dois mil na Europa e na América do Norte) sobre o seu próprio posto de trabalho. Nesse caso, a maioria não tem dúvidas: venha antes o robô. “As pessoas que são substituídas por um robô parecem ter a sua autoestima menos afetada”, explica Christoph Fuchs, professor em Munique.
Para os investigadores, as pessoas tendem naturalmente a comparar-se menos com uma máquina do que com outros seres humanos. Dessa forma, os robôs ou um software de inteligência artificial são considerados uma ameaça menor à forma como percecionam o seu valor numa organização.
Segundo a consultora McKinsey, a robotização irá eliminar entre 400 e 800 milhões de empregos na próxima década, afetando sobretudo pessoas sem estudos superiores. Os trabalhos mais físicos ou que envolvem processamento de dado serão os mais propensos a desaparecer, de operadores de máquinas a funcionários de restaurantes de fast food.
Já no nosso país, diz a mesma consultora – num estudo feito em conjunto com a Nova School of Businesse and Economics e promovido pela Confederação Empresarial de Portugal – poderão ser perdidos mais de 1,1 milhões de postos de trabalho e 1,8 milhões de portugueses terão de melhorar as suas competências ou mudar de emprego.