O clima está a aquecer de forma particularmente rápida na região do Ártico. Os efeitos da crise ambiental fazem-se sentir com maior intensidade nesta região do planeta e as consequências estão à vista. Há uma semana, a VISÃO publicou um artigo sobre os incêndios com dimensões extraordinárias. Mas, desta vez, o calor provocou outro tipo de danos.
Investigadores do Norwegian Polar Institute contabilizaram cerca de 200 cadáveres de renas selvagens no arquipélago de Svalbard, um número tão grande que em 40 anos de monitorização, só se havia registado uma vez em 2007.
De acordo um dos envolvidos nesta descoberta, em declarações ao The Guardian, a elevada mortalidade da espécie tem a ver com o aumento da quantidade de renas que habitam aquele espaço e que competem pelo mesmas áreas de pastagens. Estas, contudo, são cada vez menos: “As alterações climáticas estão a fazer chover muito mais. A chuva cai sobre a neve e forma uma camada de gelo na tundra, tornando as condições de pastagem péssimas para os animais”, afirma Ashild Onvik Pedersen, uma das responsáveis pelo registo.
A instabilidade climática dá origem a períodos alternados de congelamento e descongelamento que por sua vez criam camadas de gelo impenetráveis para as renas. Privadas do acesso a parte da vegetação, acabam por competir pela que existe acabando muitos morrem à fome.