Uma semana depois de ter aprovado a lei que permite a produção de cannabis para fins medicinais, o governo da Nova Zelândia anunciou hoje a convocação de um referendo sobre o consumo recreativo de marijuana para 2020.
O ministro da Justiça, Adrew Little, referiu que os resultado serão vinculativos, embora ainda haja alguns “detalhes para resolver”, nomeadamente a pergunta a fazer.
Os neozelandeses têm, ultimamente, demonstrado maior abertura em relação ao consumo recreativo da cannabis. Um sondagem de outubro revelava que 46% da população era a favor da legalização desta droga, enquanto 41% se mostrava contra.
Audrey Young, uma comentadora política de um jornal local, disse ao The New York Times que a opinião pública caminha no “sentido da liberalização”.
Por duas razões, acrescentou: “Os avanços feitos no uso da cannabis na medicina e a lei que foi aprovada agora, e também aquela sensação coletiva de que a guerra contra as drogas está perdida e que a abordagem em relação à saúde é a única a tomar”
Se mais de metade dos eleitores forem às urnas, a Nova Zelândia vai juntar-se a outros países que legalizaram o consumo de cannabis, como o Canadá, o Uruguai e, por exemplo, alguns estados dos EUA.
Recorde-se que o referendo à marijuana foi posto na agenda depois das eleições de 2017. Nenhum dos dois maiores partidos – o Labour de centro esquerda e o National de centro direita – conseguiu maioria para governar
Para obter o apoio parlamentar dos Verdes – um dos dois partidos que permitiram à primeira-ministra Jacinda Ardern formar Governo – o Labour aceitou incluir um referendo sobre a legalização da cannabis.