Só as pessoas com origem paquistanesa, indiana ou iraniana podem ser compatíveis com a pequena Zainab e, destas populações, apenas 4% deverão sê-lo efetivamente. As contas desanimadoras são da organização da Florida, EUA, OneBlood, uma das participantes numa busca global para identificar e recrutar dadores.
Zainab Mughal tem uma forma rara de cancro, diagnosticada mais frequentemente em crianças com menos cinco anos: um neuroblastoma de alto risco que, acreditam os médicos, terá começado a desenvolver-se no seu abdómen há, pelo menos, 10 meses. Quando aparece nesta região, o neuroblastoma pode provocar dores de estômago e sensação constante de enfartamento, mas também pode provocar perda de peso, inchaço ou nódulos na barriga, problemas ao nível dos movimentos intestinais ou edema nas pernas.
A menina está a ser tratada no Memorial Regional Hospital de Hollywood, mas precisa de várias transfusões de sangue. O problema é a raridade do tipo de sangue de Zainab.
O tipo de sangue é determinado pelos antígenos e o da criança não tem um dos mais comuns, o que significa que o seu organismo atacaria qualquer sangue que o contivesse. Neste caso, além de terem de ser do tipo O ou A, os dadores terão também de ter este antígeno, o “B indiano”, em falta.
“Dadores assim são extremamente raros”, lamenta Sandra Nance, do Programa Americano de Dadores Raros.
Até agora, foram localizados três possíveis dadores, mas Zainab vai precisar de mais sangue do que aqueles que eles poderiam fornecer.
O sangue doado não visa curar a menina, mas antes permitir-lhe sobreviver à quimioterapia necessária.