As populações de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes caíram a pique nas últimas décadas. O número é alarmante: menos 60% em pouco mais de 40 anos.
A conclusão é da World Wide Fund for Nature (WWF), – organização não governamental internacional ambientalista – que apresentou o seu mais recente relatório.
“Somos a primeira geração que sabe estar a destruir o planeta e a última que pode fazer alguma coisa sobre isso”, refere Tanya Steele, líder da WWF.
Para a associação é necessário repensar todo o conceito de preservação da natureza e das espécies, para que não se continue apenas a tentar salvar alguns em detrimento de outros. O raciocínio tem de ser global.
“A destruição da natureza é vista como o preço a pagar pelo desenvolvimento, mas não podemos continuar assim”, avisa o diretor executivo da WWF, Tony Juniper, ao jornal The Independent.
Segundo o relatório Living Planet Report a exploração em larga escala dos recursos do planeta e o nosso sistema alimentar são as principais preocupações a ter em conta.
A drástica redução do número de elefantes, rinocerontes e ursos polares entre 1970 e 2014 (números mais atuais), principalmente nas zonas tropicais ou onde existe água doce, é alarmante. Principalmente se pensarmos que apenas um quarto do da superfície da Terra está livre de intervenção humana e que, em 2050, segundo se estima, esse número baixará para um décimo.
O cocktail que inclui a perda de habitats, caça furtiva, poluição e alterações climáticas, adverte a WWF, fizeram com que seja necessário repensar os métodos utilizados para preservar a natureza e a vida animal
“O colapso global das populações de animais selvagens é um sinal de alerta de que a natureza está a morrer. Mas, em vez de colocarmos o mundo no modo de suporte vital, estamos a usar esparadrapos”, dizTanya Steele.
De acordo com o relatório é necessário um novo compromisso mundial para a natureza, sendo que o Acordo de Paris é uma boa base para começar a ir mais além. A WWF diz que até 2020 esse acordo deve estar feito.