O rapaz de 12 anos teve, na segunda-feira à noite, a primeira convulsão em meses, horas depois de o seu medicamento ter ficado retido na alfândega, e a mãe partilhou no Facebook, na página criada para apoiar a recuperação de Billy, parte do momento dramático.
Pouco antes, Charlotte Caldwell tinha afirmado, em declarações aos jornalistas, que o seu filho ia “certamente morrer” sem a medicação.
O Governo britânico já reagiu, com um porta-voz a declarar “solidariedade com a situação rara que Billy e a sua família enfrentam”, mas a lembrar que é ilegal importar canábis para o Reino Unido.
Antes de começar o tratamento à base de óleo de canábis, em 2016, nos EUA, Billy chegava a ter 100 convulsões por dia. No ano passado, a criança tornou-se a primeira pessoa no país a ter uma prescrição do serviço nacional de saúde para canábis medicinal, mas, em maio já deste ano, o Home Office interveio e exigiu que o seu médico deixasse de passar as receitas, sob pena de perder a sua licença.
O principal componente do óleo de canábis é o canabidiol, que pode ser usado com fins terapêuticos no Reino Unido. O problema está noutro ingrediente: o tetrahidrocanabinol (THC), este sim com efeitos psicotrópicos e classificado como substância controlada no país. O THC pode, no entanto, ser prescrito no Canadá e foi aí que a família de Billy tentou ir buscar quantidade suficiente de medicamento para seis meses.
Em conferência de imprensa, na segunda-feira, Charlotte Caldwell explicou que a sua esperança tinha sido, mais uma vez, frustrada, mas que os funcionários da alfândega estavam claramente divididos no momento de lhe confiscar a medicação. “Um deles tinha lágrimas nos olhos”, contou.
“Uma coisa é não dar a uma criança a medicação quando eles precisam dele, mas outra é tirar-lha quando já a tinham. Na verdade é um crime fazê-lo”, concluiu.