Um estudo das universidades canadianas de British Columbia e McGill estudou 1,215 comunidades do país e descobriu que há vantagens em fugir das grandes cidades, onde os salários são mais elevados e a educação é melhor, mas as taxas de desemprego também são maiores. As comunidades 20% menos felizes mostraram ter uma densidade oito vezes maior que as mais felizes.
Estas conclusões, segundo os investigadores, justificam-se pela grande importância de viver numa comunidade forte onde não haja tanto isolamento social.
Os 400 mil inquiridos foram questionados em relação à satisfação de vida numa escala de 1 a 10 e, de seguida, responderam a várias perguntas para melhor explorar o tema. Os canadianos até parecem ser pessoas bastante felizes, com a maioria das respostas a fazer parte do intervalo de 7.04 a 8.94. Só 5% respondeu menos de 5.
Os investigadores tentaram assim perceber que características estão relacionadas com esta felicidade e chegaram à conclusão de que o ponto mais importante era a densidade populacional, o que pode parecer estranho, uma vez que é maior a probabilidade de nos relacionarmos com as pessoas nas grandes cidades.
As áreas rurais têm vários fatores que aumentam felicidade. Um deles é o preço das casas. As comunidades mais pequenas gastam menos 30% em renda. Em relação ao tempo de lazer, é menor nas grandes cidades, muito devido ao facto de existirem mais engarrafamentos e de se perder muito tempo em deslocações, o que mostra que as zonas rurais têm mais tempo livre. O último fator é a sensação de pertença a algum sítio. É mais normal os habitantes urbanos mudarem de casa, não deixando que criem tantos laços com a comunidade que os rodeia.
Uma investigação da Faculdade de Medicina da Universidade de Standford já tinha chegado à conclusão que a ideia chave para o bem estar em sociedade é ter uma rede forte de interações sociais e não fatores relacionados com a economia. Apesar de muita gente se mudar para as grandes cidades por aumentos no salário, isso não as torna mais felizes.
No entanto, as conclusões do estudo canadiano não defendem especificamente que se formos viver para o campo, vamos ser mais felizes – apenas explicam que há uma relação entre as zonas rurais e maiores níveis de felicidade.