No centro da Via Láctea há um buraco negro supermassivo, já se sabia. E em torno dele (até cerca de 3 anos luz), podem existem 10 mil buracos negros, descobriu agora uma equipa de investigadores, a partir de dados recolhidos pela NASA. Para já, os astrofísicos têm certezas sobre a existência de 12.
“É uma multidão”, comentou quinta-feira Chuck Hailey, o principal autor do estudo, publicado na revista científica Nature, acrescentando que “tudo o que sempre se quis saber sobre a forma como grandes buracos negros interagem com pequenos buracos negros pode aprender-se estudando esta distribuição”.
Há mais de duas décadas que os investigações tentavam provar a teoria sobre a existência de milhares de buracos negros a “viver” em torno de buracos negros supermassivos no centro das grandes galáxias. Uma descoberta entusiasmante, até porque, que se saiba, só existem cerca de 60 buracos negros em toda a Via Láctea – que tem 100 mil anos luz de diâmetro.
O Sagitário A tem uma massa 4 mil milhões de vezes superiores à do nosso Sol e está situado a 26 mil anos luz da Terra.
Hailey explica que os buracos negros podem formar-se longe do centro da galáxia e vão perdendo energia, fruto das interações gravitacionais. “À medida que perdem energia, afundam-se para o centro da galáxia, da mesma forma que sedimentos pesados se afundam mais depressa na água do que sedimentos leves.”