James Dyson prepara-se para entrar no mercado da produção automóvel, a somar ao reconhecido legado no design e produção de eltrodomésticos. Mais conhecido pela invenção do aspirador sem saco, Dyson conta com um portefólio de atividade variado que se estende desde secadores de cabelo a purificadores de ar e baterias.
O britânico, detentor de um império multimilionário no setor da indústria, quer comercializar a viatura já a partir de 2020. Para tal, conta com uma equipa de 400 pessoas, entre investigadores e engenheiros.
Proprietário da Dyson Company, desde a sua criação, no final da década de 1970, vai abrir um segundo centro de investigação em Hullavington, no sudoeste de Inglaterra, num antigo aeródromo da Royal Air Force.
“Os 25 hectares do nosso primeiro espaço, em Malmesbury ficaram totalmente ocupados com o acolhimento dos estudantes da nossa universidade, portanto, qualquer expansão no futuro será no antigo aeródromo”, afirma Dyson.
No ano passado a empresa detida na totalidade pelo septuagenário inglês lançou um plano de investimento global, para cinco anos, na ordem dos 2,8 mil milhões de euros, valor que provavelmente será ultrapassado.
Ásia: a “galinha dos ovos de ouro”
2017 foi um ano de ganhos significativos para a Dyson Company. O grupo viu os seus lucros a registar um crescimento de 27% nos seus lucros operacionais. Mas as boas notícias para James Dyson não pararam aqui. A empresa viu as suas receitas de vendas atingir o valor de 4 mil milhões de euros, um acréscimo de 40% comparativamente ao ano anterior, ganhos gerados principalmente pelo mercado asiático.
Para o empresário, a Ásia é desde cedo sinónimo de um potencial de negócio enorme. Foi o interesse nas novas tecnologias que fizeram com que o Japão recebesse os primeiros aspiradores sem saco no início dos anos 80. Hoje, o crescimento económico e a forte dinâmica económica nesta zona do globo são fatores atrativos para o investimento.
“O Japão sempre foi um mercado importante para nós, mas agora podemos adicionar a China, a Coreia do Sul, o Taiwan e acabamos de nos lançar na Índia”, afirma James Dyson.
O grupo conta hoje com um centro de operações em Singapura, centros de fabrico e engenharia na Malásia e Filipinas bem como um centro de Research and Development em Shangai.
Brexit não é um problema
James Dyson vai alocar recursos consideráveis não só no plano financeiro mas também no capital humano necessário para construir as equipas de desenvolvimento do veículo elétrico. Mas se o local de fabrico das viaturas ainda não está escolhido, entre o Reino Unido e o Extremo Oriente, uma decisão já está tomada: a bateria de testes necessária vai realizar-se em Hullavington.
Dyson definiu ainda o ano de 2020 para o início das vendas. Acontece que a saída do Reino Unido da União Europeia tem data marcada para o final de Março de 2019. Algo que o britânico, que apoiou o Brexit, desvaloriza, uma vez que a maioria dos produtos comprados na Europa são importados da Ásia, local onde são fabricados.
“Espero que tudo esteja bem nas negociações entre Londres e seus parceiros.”
“Teria sentido para a Europa chegar a um acordo com o Reino Unido, o contrário seria prejudicial para ambas as partes”, conclui o empresário.