Enquanto no Parlamento se discute o fim da loiça de plástico, o mundo assinala pela primeira vez o Dia Internacional Sem Palhinha em mais de 20 países.
Na sexta, dia 2, foram aprovados, por unanimidade, os requerimentos apresentados pelo PEV, PAN, BE e PCP solicitando a baixa à Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação dos Projetos de Lei que interditam a comercialização de utensílios de refeição descartáveis em plástico ou a sua utilização na restauração, prevendo a transição para novos materiais e práticas. Um passo gigante em relação à diminuição do uso de plástico no nosso dia-a-dia.
No meio desses utensílios que nos habituámos a usar sem consciência ambiental estão as palhinhas, um objeto que na realidade não tem grande utilidade – apenas fica bem em alguns cocktails e ajuda a engolir os smoothies. Mas nem por isso, os números deixam de ser assustadores: Em média, uma pessoa gasta 38 mil palhinhas em 60 anos e todos os dias são usadas 500 milhões de palhinhas por dia, só nos EUA.
Esta realidade, a juntar ao facto de as palhinhas serem feitas de um tipo de plástico não reciclável, LPDE, levou a que, em França, se criasse o Dia Internacional Sem Palhinha. Por cá, a comunidade Lixo Zero Portugal tomou como sua esta luta e tem vindo a alertar para o uso excessivo de palhinhas.
Ana Milhazes Martins, 33 anos, professora de ioga e mentora do zero waste (zero desperdício) em Portugal, conta que a adesão a este movimento internacional foi bastante informal. E para o celebrar também não existem iniciativas organizadas. “Eu e as minhas amigas iremos a alguns estabelecimentos alertar para este problema. Porque na realidade pode viver-se sem palhinhas”, nota. Pode viver-se e beber-se, acrescente-se.
Na verdade, Ana guarda uma palhinha na sua mala. Mas é de aço inoxidável, uma das alternativas possíveis. As outras são bambu, vidro, papel ou comestíveis (de gelatina).
Ainda não existem muitos sítios onde encontrá-las, mas são económicas e duram uma vida: custam entre €1,75 (bambu) e €3,5 (aço). Na net já se torna fácil encomendar uns packs, que até vêm com o escovilhão, imprescindível para a lavagem.
Nos bares, é ainda extremamente raro que haja esse tipo de consciencialização. No entanto, no restaurante Pesca, em Lisboa, o barman Fernão Gonçalves, 27 anos, já anda a tratar desse switch off para outras modalidades e a tentar sensibilizar a indústria este mundo novo.
Também existem hastags para perpetuar as iniciativas do dia 3 de fevereiro – #palhinhazero e #strawfreeday.