Cada “passo” que dão é uma possibilidade de transmissão de algumas das mais de seis centenas de bactérias de que são portadoras as moscas, através das suas patas e das asas. E podem infetar os humanos, provocando problemas de estômago e outros mais graves, como infeções ao nível do sangue e até pneumonia.
“As pessoas tinham alguma noção de que havia patogenos que era transportados pelas moscas mas não se tinha ideia da extensão deste facto e a extenção desta transferência”, explica Donald Bryant, da Penn State University, Pensilvânia, EUA, um dos autores do estudo agora publicado.
À BBC, o professor adianta que os investigadores envolvidos acreditam que conseguiram demonstrar que há um mecanismo de transmissão patogénico que tem sido ignorado pelas autoridades de saúde e que pode mesmo contribuir para a rápida transmissão de agentes de doença em situações de epidemia.
Para o estudo, os cientistas usaram técnicas de sequenciação de ADN para analisar os germes encontrados na mosca-doméstica (Musca domestica) e na varejeira (Chrysomya megacephala): Na primeira foram encontradis 351 tipos de bactéria, na segunda 316.
“Isto vai mesmo fazê-lo pensar duas vezes sobre comer aquela salada de batata que esteve ao ar no próximo piquenique”, concluiu o investigador.