O aviso da associação britânica de defesa do consumidor Which?, a pouco mais de um mês do Natal, ameaça estragar os planos a pais, crianças e fabricantes de brinquedos conectáveis: robôs e outros produtos que se ligam aos telemóveis através da internet ou de bluetooth têm “vulnerabilidades preocupantes” que podem permitir a estranhos falar com as crianças.
“Veja como é fácil para praticamente qualquer pessoa aceder aos brinquedos conectáveis do seu filho”, propõe a Which?, que disponibiliza um vídeo com um exemplo alarmante.
“Os brinquedos conectáveis são cada vez mais populares, mas, como mostra a nossa investigação, qualquer pessoa que pense comprar um deve ter cuidado”, avisa Alex Neill, um dos diretores da empresa.
Ao longo de 12 meses, a Which?, em colaboração com outras organizações de defesa dos consumidores e especialistas em segurança, analisou os brinquedos com ligação bluetooth ou wi-fi mais procurados nas grandes lojas britânicas e concluiu que “é demasiado fácil” alguém usá-los para falar com as crianças.
No vídeo, vê-se que bastou a um homem estabelecer a ligação bluetooth com o robô de brincar para o fazer “falar” e incentivar o menino a abrir a porta de casa. Não precisou de qualquer password ou código para o fazer.
O limite desta forma de ligação é normalmente de cerca de 10 metros, mas já é possível aumentar esse alcance de forma a poder, por exemplo, a partir de um carro, fazer uma pesquisa por brinquedos não seguros.
A Hasbro, que fabrica os Furby, um dos produtos testados, respondeu, em comunicado, que tanto o brinquedo como a respetiva aplicação foram concebidos de forma a permitir que a brincadeira decorra em segurança. Já a Vivid Imagination, que produz o robô I-Que, diz que vai investigar as alegações da Which?, mas sublinha que nunca recebeu qualquer relato que aponte para uma utilização maliciosa da conectividade dos seus brinquedos.