É inquestionável é que deixa marcas, mas o significado de uma traição varia de pessoa para pessoa e também de casal para casal
Vários têm sido os estudos sobre o tema: Quem trai mais? Em que circunstâncias? Como é que um casal reage e recupera a uma traição?
Estas são algumas das conclusões a que diversas investigações chegaram:
Quem é financeiramente dependente do seu parceiro tem maior predisposição para trair
Um estudo, conduzido pela American Sociological Association (uma organização norte-americana sem fins lucrativos dedicada à sociologia), sugere que uma pessoa que seja completamente dependente a nível económico do parceiro é mais propensa a ser infiel. Sobretudo no caso dos homens. Para o estudo foram analisados 2.800 participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 32 anos e os resultados obtidos revelaram que 15% dos homens que são totalmente dependentes financeiramente são infiéis. No caso das mulheres, a percentagem baixa para 5 por cento.
Mas há mais dados curiosos: a probabilidade de os homens trairem diminuiu à medida que a diferença de ordenado em relação à mulher aumenta; Se for o homem a pagar 70% da renda da casa, há maior probabilidade de traição; As mulheres são, também, menos propensas a trair se ganharem mais dinheiro do que o homem.
Homens e mulheres reagem de formas diferentes ao “flirt” fora da relação
Um estudo conduzido pelo Departamento de Psicologia da Universidade de McGill no Canadá descobriu que após terem um “flirt”, os homens passam a ser menos tolerantes com as eventuais “transgressões” (é o termo empregue pelos autores da investigação) das companheiras. Já as mulheres, em presença de uma “alternativa atrativa”, passam a demonstrar uma maior tolerância.
O sexo da pessoa com quem se trai tem impacto nas formas de lidar com a traição
Homens e mulheres têm formas diferentes de lidar com uma traição consoante o sexo da pessoa com quem o parceiro traiu. Para um estudo conduzido por investigadores americanos, os participantes foram colocados perante duas hipóteses: o seu parceiro teve relações sexuais com alguém do sexo diferente ou do mesmo. De seguida, os investigadores pediram aos participantes para dizerem como se sentiam. Os homens tinham maior tendência a ficar com raiva e a terminar o relacionamento se o seu parceiro traísse com alguém do sexo diferente. Pelo contrário, até se sentiam estimulados se a traição fosse com alguém do mesmo sexo.
As mulheres, por sua vez, disseram sentir-se mal se o parceiro as traísse com alguém do sexo oposto, mas a probabilidade de terminar a relação era maior se a traição fosse com alguém do mesmo sexo.
Continuamos a pensar que só acontece aos outros
O pensamento de que as traições apenas acontecem aos outros é comum, mas errado. Uma investigação canadiana analisou a natureza das expectativas das pessoas sobre a fidelidade dos seus parceiros. O estudo contou com a participação de 209 estudantes universitários que estimaram que uma pessoa do sexo oposto tem cerca de 42% de hipóteses de trair o parceiro. No entanto, quando se tratava dos próprios parceiros, os estudantes estimaram que havia apenas 5% de probabilidade de o seu parceiro já o ter traído e 8% de probabilidade de vir a ser traído no futuro.
Homens heterossexuais ficam mais angustiados pela infidelidade sexual enquanto as mulheres ficam mais angustiadas com a infidelidade emocional
Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores americanos descobriu que a maioria dos homens hetereossexuais ficariam mais transtornados se a sua parceira tivesse um relacionamento sexual com outra pessoa mas não se apaixonasse por essa pessoa. As mulheres, por sua vez, afirmaram ficar mais afetadas se o seu parceiro se tivesse apaixonado por outra pessoa mesmo sem ter tido relações sexuais.
Os homens têm maior tendência à infidelidade quando estão prestes a entrar numa idade redonda
Uma equipa de investigadores americanos analisou a atividade da rede social de encontros para pessoas que estão comprometidas Ashley Madison e chegou à conclusão que os homens analisados tinham maior tendência a procurar relações extraconjugais quando atingiam uma idade que termina no número nove. Ou seja, antes de atingir os 40 ou os 50 anos por exemplo, havia uma grande probabilidade de desenvolverem uma relação extraconjugal.
Os genes podem influenciar a infidelidade
A infidelidade é mais comum entre pessoas que possuem tipos específicos de genes recetores de oxitocina e vasopressina. Os resultados obtidos por um estudo, conduzido pela Universidade de Queensland na Austrália, revelaram que 40% dos casos de infidelidade nas mulheres e 62% dos casos de infidelidade nos homens estavam relacionados com a genética.
Richard Friedman, professor de psiquiatria clínica no Weill Cornell Medical College, explicou ao The New York Times que a vasopressina é uma hormona relacionada com os comportamentos sociais como a confiança, empatia e o vínculo sexual.
As mulheres traem tanto como quanto os homens
Um estudo conduzido por investigadores da Universidade do Indiana nos Estados Unidos descobriu que cerca de 23% dos homens e 19% das mulheres com relações heterossexuais traíram o parceiro.
Relações emocionais tornam-se cada vez mais comuns
No âmbito de uma investigação da Associação Americana de Terapia Familiar e Matrimonial (AAMFT- sigla correspondente ao nome em inglês), 45% dos homens e 35% das mulheres admitiram ter um caso emocional com outra pessoa. Dados que ultrapassam os 20% das pessoas que admitem ter um caso físico.
A moralidade é o único fator que impede as pessoas casada de trair
Investigadores do Departamento de Psicologia do The College of Management Academic Studies, em Israel, pediram aos participantes de um estudo (cerca de 400 pessoas com idades compreendidas entre os 24 e os 60 anos) que indicassem as razões mais importantes pelas quais uma pessoa não deve ser infiel com o seu parceiro. Todos os inquiridos eram casados há pelo menos um ano e tinham já um filho.
Os quatros motivos mais mencionados foram a moralidade (sobretudo os participantes que se disseram mais religisosos), o impacto que teria nas crianças, o medo de ficar sozinho e o impacto nas outras pessoas.
É mais provável voltar a trair se já traiu anteriormente
Um estudo da Universidade de Denver, Colorado, EUA, concluiu que se já traiu no passado o mais provável é que o volte a fazer. Os investigadores americanos pediram a cada um dos cerca de 500 participantes que relatasse as suas traições em duas relações diferentes e avaliasse se suspeitava que o parceiro atual tivesse sido infiel. Os participantes que relataram ter sido infiéis no primeiro relacionamento eram três vezes mais predispostos a relatar ser infiéis no segundo, em comparação com os participantes que não relataram infidelidade no primeiro relacionamento. Por outro lado os participantes que relataram que os seus primeiros parceiros foram infiéis eram duas vezes mais propensos a relataram o mesmo tipo de comportamento na relação seguinte.