Criar debates nas salas de aula e encorajar os alunos a explicarem as suas respostas são métodos que podem ajudar as crianças a obterem melhores resultados em certas disciplinas. Na Inglaterra, 78 escolas primárias com um número de crianças desfavorecidas mais alto do que a média, participaram na experiência “Dialogic Teaching”, da Educational Endowment Foundation, ao longo de dois períodos, no ano letivo 2015/2016. Os professores foram desafiados a criar debates nas salas de aulas e a fazer questões abertas em que as respostas não fossem apenas sim ou não. A ideia era levar as crianças a explicarem os seus raciocínios e as suas respostas, a discutir e a debater sobre os temas.
O estudo, realizado por investigadores da Universidade Sheffield Hallam, descobriu que as 2.493 crianças de nove e dez anos que participaram, tiveram, em média, um progresso de dois meses nas disciplinas de inglês e ciência em relação àquelas que não participaram. Em matemática aconteceu o mesmo: as crianças que têm as refeições escolares gratuitas – um indicador de pobreza – obtiveram mais dois meses de progresso na disciplina do que as crianças que não participaram. Os alunos sem problemas enconómicos registaram um progresso de um mês.
As crianças foram avaliadas em cada uma das disciplinas antes e depois do estudo. Os resultados revelaram que, os professores, ao optarem por este tipo de ensino e ao encorajarem as crianças a participarem mais, ajudam-nas a desenvolver as suas capacidades argumentativas e de aprendizagem, em vez de apenas obterem o conhecimento sobre a disciplina.
“Fazer com que as crianças pensem e falem sobre sua própria aprendizagem de forma mais explícita pode ser uma das maneiras mais eficazes de melhorar os resultados académicos”, acredita Kevan Collins, presidente executivo da fundação.