Desperdiçar alimentos é desperdiçar vidas. Foi este o título escolhido por cinco alunas do 9º ano do agrupamento de escolas João de Barros, em Corroios, para o seu vídeo sobre sustentabilidade alimentar. Nele vê-se um prato de cantina, ainda com comida, a ser despejado no lixo. A seguir, a câmara foca-se num sem abrigo, estendido na rua. Pelo meio, lemos que em Portugal se desperdiçam 2700 toneladas de comida todos os dias, enquanto dois milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza. É então que a imagem anda para trás para que o comportamento incorreto seja corrigido.
Este vídeo, de 30 segundos, foi o vencedor de entre 32 concorrentes nacionais e integra o projeto EAThink, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. Nele estão envolvidos 14 agrupamentos de escolas básicas e secundárias, 1860 alunos e 75 professores.
Em junho, o vídeo que conquistou o júri e o público, depois de ser tratado profissionalmente, irá a Viena, na Áustria, para se debater com outros 12 concorrentes europeus. Quem ganhar, verá o seu trabalho divulgado em todos os países que participam no EAThink (soma-se o Senegal e o Burkina Faso).
A ideia de base para este projeto a três anos (vai terminar no final de 2017) foi o desenvolvimento, junto dos alunos, do “conceito de cidadania global, focado na agricultura sustentável para diminuir as diferenças existentes entre países pobres e ricos”, explica Mafalda Leónidas, coordenadora do EAThink na Fundação Calouste Gulbenkian. E o ideal é que os conceitos, uma vez implementados nas escolas, contaminem as famílias dos estudantes. Pelo menos tentou-se – já se organizaram caminhadas, festivais, semanas temáticas, workshops, ensinamentos sobre hortas e diversas formas de cultivo, planos de aulas sobre alimentação sustentável, criação de duas aplicações, um concurso de fotografia e agora este de vídeo. A avaliar pelo número de alunos interessados e de professores envolvidos, espera-se que a mensagem tenha passado.