Desde 2007, quando foi detetada a primeira destas Fast Radio Bursts (explosões rápidas de radio), pelo telescópio Parkes, na Austrália, que os cientistas procuravam, sem sucesso, perceber a sua origem. Desde então, foram detetadas mais 17 vezes.
A FRB são ondas de radio potentes mas muito breves, não durando mais de um milésimo de segundo. No entanto, uma delas repetiu-se várias vezes, permitindo aos cientistas estudá-la ao longo de seis meses e perceber a sua localização no espaço: uma galáxia anã, a mais de 3 mil milhões de anos luz.
A FRB 121102, assim foi denominada a onda de rádio analisada, foi descoberta graças Very Large Array, um mega telescópio com várias antenas operado pela Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos.
Já o que a provocou, isso continua a ser um mistério. Uma estrela de neutrões super densa, com um campo magnético muito potente, rodeada por destroços de uma explosão estelar é uma das hipóteses em cima da mesa. Jatos de material a ser expelidos a partir de um buraco negro é outra explicação que ainda não foi descartada.
“Descobrir a galáxia anfitriã desta FRB, e a sua distância, é um grande passo em frente, mas ainda temos muito a fazer antes de compreender completamente o que são estas coisas”, admite Shami Chatterjee, da Universidade de Cornell, nos EUA, co-autor do estudo, publicado na Nature e no Astrophysical Journal Letters.