Chama-se João Couvaneiro, é de uma família de professores ( mãe, pai, tias…) e nunca se imaginou a fazer outra coisa. “Em tempos, até pensei fazer formação noutra área, para aumentar a minha empregabilidade. Mas rapidamente concluí que queria era ser professor. E como diz um amigo meu, faço o que gosto e ainda me pagam. O que poderia querer mais?”.
O professor de quem se fala acaba agora de ser nomeado para o Global Teacher Prize, um milhão de euros atribuídos pela Fundação Varkey, uma espécie de Nobel da Educação. O objetivo é reconhecer o trabalho do professor que mais tenha contribuído para a profissão, destacando o papel dos docentes. Perto de 20 mil professores de 179 países apresentaram as suas candidaturas. O vencedor será anunciado no no Global Education and Skills Forum, no Dubai, em março de 2017.
“Ser professor é de facto a melhor profissão do mundo”, continua João Couvaneiro, 43 anos, professor de história, distinguido por todo o seu trabalho de introdução das tecnologias na sala de aula. “É muito importante trazer o presente para dentro da sala de aula, para que os alunos se reconhecem no que estão a aprender. Não o fazer é como passarmos a ir trabalhar de carroça. Não quer dizer que deixem de aprender manuscrito ou a pegar em livros. A ideia é adicionar, não excluir. Só assim se podem trabalhar outras competências. Não quer dizer que seja panaceia, mas torna os alunos mais disponíveis para aprender.”
Esta aposta já tinha feito com que tivesse sido distinguido como Apple Distinguished Educator, em 2015 – ele que já tinha dado nas vistas ao integrar o projeto School In a Box, em Moçambique, um projeto de envolvimento da comunidade digital desenvolvido pelo Art Design and Technology (IADT), que utiliza tecnologia para melhorar a aprendizagem na sala de aula. Trata-se de uma solução de ensino móvel alimentada por energia solar, destinada a locais remotos sem acesso a eletricidade.
Ex-director da Escola Superior de Educação de Almada, instituição com a qual mantém uma estreita relação, e antigo professor do Colégio dos Plátanos, onde iniciou a introdução das tecnologias em sala de aula, que continua a acompanhar como objeto de investigação, João Couvaneiro faz ainda assessoria ao secretário de Estado da Educação, João Costa. “Embaraça-me um pouco esta coisa de se dizer que estou entre os melhores do mundo – mas se puder servir para dignificar os professores, então que seja”.