No mapa mundo, Portugal está a verde nesta matéria. Ou seja, tem das mais baixas taxas de crianças nascidas com espinha bífida (ou spina bífida) do mundo: menos de um nascimento por cada mil. O resultado de um bom apoio à gravidez e ao enriquecimento das farinhas com ácido fólico.
Em 1991, descobriu-se que o ácido fólico, ou vitamina B11, estava diretamente relacionado com esta malformação congénita: um defeito que ocorre nos primeiros 28 dias de gestação e que faz com que as vértebras não se formem completamente.
O problema pode manifestar-se de várias formas, desde a assintomática, em que a pessoa só fica a saber que tem uma alteração na coluna se fizer um exame, à que se traduz em paraplegia. Também é muito comum, acontece em cerca de 90% dos casos, as crianças terem hidrocefalia (acumulação de líquido cefalorraquidiano no cérebro).
A boa notícia é que quase 75% dos casos de espinha bífida podem ser prevenidos pela toma de um suplemento de ácido fólico. Antes da mulher engravidar. E esta é que é a grande questão. Boa parte das gravidezes acontece sem que haja uma consulta prévia de planeamento familiar. Só depois do teste dar positivo é que a mulher vai ao médico e aí começa, invariavelmente, a tomar o comprimido diário. Mas aí já pode ser demasiado tarde.
Além do suplemento vitamínico, também há outras formas de ingerir esta vitamina que não pode ser produzida pelo nosso organismo. Está nos espargos verdes, nos brócolos, nos espinafres. Também nas lentilhas, no fígado ou no abacate.
Só por referência, uma chávena de brócolos tem cerca de 100 microgramas de ácido fólico. Uma grávida deve consumir 600 microgramas por dia. Um adulto, homem ou mulher, 400.
Por isso, use e abuse, sem medo, destes alimentos. O ácido fólico é solúvel em água e quando em excesso sai pela urina.