É impossível ficar impávido e sereno, ou manter sempre os olhos abertos, perante imagens (ver vídeo em baixo) captadas por ativistas com câmaras ocultas. Responsáveis da associação PETA (Pessoas para a Ética no Tratamento de Animais) foram até à China, o país de onde provêm 80% das penas para a indústria da moda, viram a forma violenta e indiferente como os trabalhadores das quintas arrancam as penas a centenas de gansos vivos e gravaram tudo. Depois dessa operação violenta, que é sempre realizada a sangue-frio, os animais ficam em carne-viva, ferida – até voltarem a crescer-lhes as penas e a passarem a voltar pelo mesmo processo violento.
Quando o mais recente vídeo da PETA (conhecida pelas suas campanha-choque) veio a lume, em maio, as empresas que importavam este material orgânico começaram a negar-se a usá-lo no enchimento de casacos (para uma só peça é preciso depenar sete aves), apenas para citar um exemplo do seu uso comum na moda. Mas agora foi a vez de alguns nomes sonantes prometerem que nunca mais vão utilizar penas de ganso nos seus modelos. São casos como as cadeias de lojas inglesas Topshop, Primark ou Asos e a espanhola Adolfo Domínguez.
E nem é que precisem de puxar muito pela imaginação, porque o que não faltam por aí são alternativas mais éticas, usadas por outras empresas – enchimentos sintéticos, hipoalergénicos e ecológicos. Sem que uma única ave seja afetada por isso, ou os nossos olhos precisem de se franzir perante a brutalidade.