Segundo um estudo realizado pela Kaspersky Lab (empresa produtora de softwares de segurança para a Internet), junto de 11850 pessoas provenientes da Europa, Rússia, América Latina, região Ásia-Pacífico e Estados Unidos da América, cerca de 44% das pessoas ligam-se a uma rede wifi mal aterram no seu destino.
Fazem-no maioritariamente para avisar a família e amigos de que chegaram em segurança, para fazer download de informações sobre a viagem, ou por motivos profissionais. Contudo, a pressa de aceder à Internet faz com que se esqueçam que as redes wifi de locais públicos não são como as que temos em casa, e estão muito mais susceptíveis a serem hackeadas.
“Hoje em dia os viajantes devem ter em conta que o mundo dos ciberataques está em contínua evolução e, portanto, as ameaças que enfrentam são cada vez mais sofisticadas. Não só temos que considerar a possibilidade de nos roubarem os dados pessoais enquanto trabalhamos através de redes wifi públicas, mas também a hipótese de sofrermos um ransomware (encriptação da informação em troca de um resgate) e outros tipos de malware”, explica à VISÃO, o Diretor Geral da Kaspersky Iberia, Alfonso Ramírez.
Cerca de 18% das pessoas inquiridas admitiram já terem sido vítimas de um cibercrime durante uma viagem, comparando com os apenas 6% que já experienciaram um crime na “vida real”.
A República do Níger, Guatemala ou Etiópia integram o pódio dos 20 países onde os pontos de Wifi são mais inseguros. Mas não tenha atenção só quando viaja: Portugal também faz parte desta lista, em 18º lugar. Já a Roménia, Cazaquistão e a Arábia Saudita ocupam os primeiros lugares dos 20 países onde é mais seguro aceder a uma rede wifi.
Para evitar cair na rede dos hackers, Alfonso Ramírez aconselha que utilize uma Virtual Private Network (VPN), rede privada virtual, que consiste em criar uma conexão segura a partir do nosso dispositivo no nosso escritório, impedindo assim que qualquer pessoa possa ver a informação que estamos a enviar e a receber, como emails, navegação na internet e passwords, tenha um antivírus atualizado no smartphone e que não confie em ninguém na Internet. “Utilizando o antivírus ou antimalware poderemos proteger-nos de alguns tipos de ataques (ransomware, controlo remoto, envio de informação, etc), mas se o ataque for do tipo man-in-the-middle, sniffer traffic (espiar o tráfego), ou substituir um AP (ponto wifi) por um falso, a única forma de nos protegermos seria através de uma VPN que proteja o tráfego peer-to-peer”, conclui Alfonso Ramírez.