Países onde ter cuidados redobrados
O Brasil é o país onde o vírus zika lançou maior alarme, mas, nas Américas, só o Chile e o Canadá estão livres da epidemia. Os portugueses devem também ter especial atenção a Cabo Verde e à Madeira, onde deveremos passar a usar sempre repelente, uma vez que o mosquito Aedes já existe naquela ilha e houve casos de dengue reportados, desde 2012 (com monitorização todo o ano).
O Aedes, transmissor do zika, também é responsável pela febre amarela, dengue e chikungunya, dispersos pelo mundo mas com especial incidência na África Central. Há um novo surto de febre amarela em Angola. O Anopheles, transmissor da malária, domina toda a África Subsariana. O Culex transporta o vírus do Nilo. É vulgar em África mas também na América do Norte, nos períodos de calor. A encefalite japonesa também é transmitida por este mosquito, na Ásia.
RECOMENDAÇÕES DE VIAGEM
> Se viajar para algum dos países onde existem estes mosquitos, deve fazer a Consulta do Viajante, em especial as mulheres grávidas
> Existe uma vacina para a febre amarela e medicação profilática para a malária, que pode ser usada em casos de viagens de curta duração, mas não é 100% eficaz. Além disso, muitas zonas de malária sobrepõem-se a territórios onde há dengue, por exemplo, doença para a qual não é possível fazer profilaxia
> Deve usar roupa branca ou o mais clara possível, pois o preto atrai o mosquito
> Proteger os braços e as pernas, vestindo camisas de manga comprida e calças largas
> Usar repelente, de três em três horas, na pele e na roupa
> Não usar perfumes, águas de colónia ou desodorizantes com aromas. Tudo deve ser o mais neutro possível
> Nos alojamentos, manter o ar condicionado nos 16º, pois as temperaturas frias matam o mosquito. Nas camas usar mosquiteiros
> Não estar perto de jarras de flores com água, nem de vasos com plantas com os pratos cheios de água parada. Vigiar muito bem se não há águas paradas por perto, mesmo que seja em pequenas quantidades
> Ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos picam mais frequentemente: o Aedes, durante todo o dia, e o Anopheles do anoitecer ao nascer do sol, tal como o Culex
> No regresso da viagem fique atento aos sintomas que podem surgir nos 12 dias seguintes. Regre geral, são ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Se ligar para a linha Saúde 24 (808 24 24 24) deve indicar o país de onde veio
REPELENTE: SEMPRE DE 3 EM 3 HORAS
Tipos
IR3535: a base de Ethyl butylacetylamino-propionate (EBAAP) é dada como segura para grávidas, sendo indicada para crianças de seis meses a dois anos, mediante orientação de um pediatra
DEET: Na União Europeia a utilização deste composto químico (N,N-diethyl-meta-toluamide) não pode ser superior a 20 por cento. O produto só deve ser usado em crianças maiores de 3 anos
Icaridina: ação mais prolongada do que os repelentes à base de DEET, podem ser usados por crianças a partir de 2 anos
Como Usar
> Para Sofia Bragança, médica da Consulta do Viajante, “a eficácia depende da frequência com que se usa. Não sigam as indicações das embalagens, usem de três em três horas”
> Evitar aplicação nas mãos das crianças
> Não aplicar o produto próximo aos olhos, nariz, boca e genitais
> Se tiver de aplicar protetor solar, creme hidratante ou maquilhagem, faça-o antes do repelente
> Usar, em simultâneo, pulseira de citronela (também existe para o tornozelo)
> No interior dos alojamentos, manter as janelas fechadas e usar pastilhas ou líquido nos difusores elétricos e pendurar e queimar espirais antimosquito
Saiba tudo sobre “O pequeno grande inimigo” que é o mosquito na VISÃO desta semana