Uma coisa é não ter a certeza se já viu aquela pessoa antes e o episódio resolve-se com meia dúzia de palavras e um pedido de desculpas. Mas outra é não conseguir sequer reconhecer familiares e amigos, que é o que acontece a algumas pessoas que sofrem de prosopagnosia.
São várias as estratégias que podem ser adotadas – tentar reconhecer as pessoas usando truques alternativos, como lembrar-se da forma de andar, falar ou vestir penteado, voz ou roupa – mas nem sempre resultam, podendo ter um enorme impacto na vida diária. Há mesmo quem comece a evitar situações sociais para não passar pelo embaraço de ofender os outros.
Atualmente, ainda não existem testes que consigam claramente diagnosticar prosopagnosia, que se estima afetar 2% da população mundial, mas um grupo de cientistas britânico criou um pequeno questionário para quem suspeita ter esta incapacidade, na esperança de conseguir melhorar o diagnóstico da condição.
A eficácia do questionário foi testada em vários estudos de validação, comparando os resultados com tarefas de reconhecimento facial computadorizado.
A investigação foi publicada no jornal Royal Society Open Science.
O teste:
Para cada item, indique o quanto concorda ou discorda, escolhendo uma resposta numa escala de 1 a 5, sendo 1 “discordo completamente” e o 5 “concordo completamente.” Leia cada item cuidadosamente antes de responder e seja o mais honesto possível.
1. A minha capacidade de reconhecimento facial é pior do que a da maioria das pessoas
2. Sempre tive uma má memória para caras
3. Acho muito mais fácil reconhecer pessoas que têm características faciais distintivas
4. Confundo muitas vezes pessoas que já conhecia com estranhos
5. Quando andava na escola tinha dificuldade em reconhecer os meus colegas de turma
6. Quando as pessoas mudam de penteado ou usam chapéus, tenho mais dificuldade em reconhecê-las
7. Às vezes tenho que avisar novas pessoas que acabo de conhecer que sou “mau com caras”
8. Acho mais fácil imaginar caras individuais mentalmente
9. Sou melhor do que a maioria das pessoas a pôr um “nome na cara”
10. Sem ouvir as vozes das pessoas, tenho mais dificuldade em reconhecê-las
11. Ansiedade relacionada com reconhecimento facial levou-me a evitar situações sociais e profissionais
12. Eu tenho que me esforçar mais que as outras pessoas para memorizar caras
13. Estou confiante da minha capacidade de me reconhecer em fotografias
14. Às vezes acho complicado seguir filmes por ter dificuldade em reconhecer as personagens
15. Os meus amigos e família acham que tenho mau reconhecimento facial ou má memória facial
16. Sinto que ofendo muitas vezes pessoas por não conseguir reconhecer quem são
17. É mais fácil para mim reconhecer indivíduos em situações que exigem que as pessoas usem roupas semelhantes (ex: fatos, fardas)
18. Em reuniões familiares, às vezes, confundo familiares
19. Acho fácil reconhecer celebridades em fotografias “antes de serem famosos”, mesmo que tenham mudado consideravelmente
20. É difícil reconhecer pessoas quando as conheço fora de contexto (ex: encontrar um colega de trabalho no supermercado)
Resultados:
Itens 8, 9, 13, 17 e 19 são contados ao contrário. Ex: 5 = 1; 4 = 2; 3 = 3; 2 = 4; 1 = 5 2.
Some o número das respostas para obter um resultado entre 20 (reconhecimento facial intacto) a 100 (reconhecimento facial severamente danificado).