Ahmed Mohamed, um entusiasta da engenharia e robótica, fez um relógio em casa e levou-o para a escola, MacArthur High School, em Irving, no Texas, para impressionar os professores e os colegas. Mostrou-o a uma professora de inglês e ela, embora impressionada o objeto do menino, aconselhou-o a guardá-lo pois poderia ser mal interpretado. Mas era tarde demais, pois a direção já estava a par da situação.
À tarde, o diretor da escola e um polícia foram buscá-lo à sala onde estava a ter aula e o diretor disse-lhe que aquilo parecia uma bomba. O menino disse a toda a gente que era apenas um relógio, mas, mesmo assim, a polícia levou-o para fora da escola às 3 da tarde. “Ia de mãos algemadas atrás das costas e tinha um polícia a segurá-lo em cada braço”, contam testemunhas à imprensa local.
A polícia disse que não acreditava que Ahmed estivesse a construir um relógio por pura curiosidade. “Não temos nenhuma informação de que ele tenha dito que era uma bomba. Ele continuou a dizer que era um relógio, mas não havia uma explicação mais detalhada.”
Está a circular nas redes sociais uma fotografia de Ahmed a ser algemado e o The Dallas Morning News publicou um vídeo no Youtube em que o próprio explica tudo o aconteceu.
As ações da escola e da polícia levantaram uma onda de críticas por se estar a limitar a liberdade de explorar o mundo da eletrónica. A Electronic Frontiers Foundation tweetou “Fazer relógios não é um crime,” e a Wired Magazine respondeu publicando uma espécie de guia “Como Fazer o Seu Próprio Relógio Caseiro Que Não É Uma Bomba.”
Mas este caso não vem apenas levantar críticas no que toca à exploração eletrónica, a escola e a polícia estão também a ser acusados de discriminação. O Conselho de Relações Islâmico-norte-americanas afirma que Ahmed foi mais uma vítima das tensões raciais atuais. “Isto não seria sequer uma questão se o nome dele não fosse Ahmed Mohamed”, disse a representante local, Alia Salem. “Ele é um miúdo entusiasmado, que é muito inteligente e quis partilhar isso com os professores.
Ahmed foi suspenso da escola durante 3 dias e, segundo The Dallas Morning News, prometeu nunca mais levar uma invenção para a escola.