Pelo menos, é o que diz o Departamento de Indústria e Ciência australiano no relatório Energy White Paper onde sugere que o dióxido de carbono produzido pela queima de combustíveis fósseis pode ser captado e usado na produção do efeito gasoso das bebidas.
O governo australiano tem tentado desenvolver a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS – Carbon Capture and Storage), como forma de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, entre eles o dióxido de carbono (CO2).
A tecnologia de captura de carbono procura o recolher o CO2 antes da sua emissão para a atmosfera a partir de grandes fontes poluidoras, como as centrais produtoras de energia a partir de combustíveis fósseis. O objetivo é capturar o gás (CO2) e transportá-lo para um local de armazenagem, em regra, uma formação geológica subterrânea (por exemplo, antigos reservatórios de petróleo ou gás). Com esta tecnologia pretende-se evitar a libertação de grandes quantidades de CO2 para a atmosfera e diminuir o aquecimento global.
No entanto, a tecnologia apresenta custos elevados e ainda não está completamente desenvolvida. E continuam por resolver uma série de questões ligadas ao fato de armazenar grandes quantidades de CO2 no subsolo. E é precisamente este problema que o governo australiano se propõe resolver.
“Se o CO2 pode ser capturado antes de ser liberado para a atmosfera, pode ser utilizado em outros produtos ou permanentemente armazenado em formações geológicas profundas. A Austrália tem trabalhado em estreita colaboração com outros países, que dependem de combustíveis fósseis, para investigar oportunidades de utilizar o CO2 em produtos como refrigerantes e plásticos, ou para aumentar o crescimento de algas, a partir das quais é possível produzir biocombustível”, refere o relatório.
Ou seja, em teoria, um dia podemos vir a beber refrigerantes produzidos com CO2 reciclado. Mas o relatório não faz previsões e deixa entender que não será para breve. “Embora estes processos sejam promissores, ainda não existe reutilização comercial de CO2 na Austrália, em grande parte, devido ao elevado custo da captura do CO2 a partir de uma fonte de gás de combustão”, pode ler-se na página 56 do relatório.
Outra das perguntas a que o relatório não responde, é o que fazer com o CO2 que volta a ser emitido para a atmosfera sempre que alguém abre uma lata de coca-cola, por exemplo.
Segundo os cálculos do jornal Herald Sun, são libertadas 3299 toneladas de CO2 para a atmosfera devido ao consumo de coca-cola (uma lata de 330 ml contém aproximadamente 2gr de CO2) a nível mundial. E estes números referem-se apenas ao consumo de coca-cola e não incluem os restantes refrigerantes.