Uma equipa de investigadores analisou, minuciosamente, as práticas alimentares mundiais em 187 países, cobrindo aproximadamente 90% da população global.
Os resultados gerais não são positivos. Entre 1990 e 2010, os investigadores encontraram as melhorias mais significativas nos países desenvolvidos, mas com pequenas reduções no consumo de alimentos não saudáveis. Ao mesmo tempo, verificou-se um aumento da ingestão de alimentos saudáveis como frutas e legumes.
Foi nos países mais pobres na África Subsariana e na Ásia que foi detetado o aumento mais acelerado no consumo de alimentos prejudiciais, embora a situação tenha melhorado ligeiramente no oeste europeu e na América do Norte.
“É urgente instaurar uma alimentação de qualidade nos países mais pobres, onde o aumento da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares que se têm vindo a juntar a problemas de saúde pública como a subnutrição e as carências alimentares”, disse Fumiaki Imamura, um dos autores do estudo, em declarações ao jornal Le Figaro.
Para a investigação, foi analisado o consumo de 17 alimentos e nutrientes ligados à obesidade e a outro tipo de doenças como os problemas de coração e a diabetes, com base em três pontos-chave: o consumo dos 10 alimentos mais saudáveis (fruta, vegetais, leguminosas, peixe, leite, sementes, alimentos integrais, gorduras polinsaturadas, ómega-3 e fibras dietéticas), e os sete alimentos que destroem uma prática alimentar saudável (carnes processadas, carnes não processadas, bebidas com muito açúcar, gorduras trans, fontes de colesterol dietético e sal), e uma dieta geral com base nos 17 alimentos acima referidos.
No estudo, publicado pela The Lancet Global Health, os autores escreveram que “em 2020, aproximadamente 75% do total de mortes e 60% do total de desabilidades vão estar relacionadas com os hábitos alimentares”.
Arménia, Hungria e Bélgica são os três países com as dietas mais prejudiciais para a saúde. Chade, Serra Leoa e Mali têm as dietas mais saudáveis. Portugal não está no top 10 nem dos melhores nem dos piores.