Venda de bebidas energéticas a menores de 16 anos “devia ser proibida”. Esta é a palavra de ordem do grupo britânico Action on Sugar – formado por especialistas que estudam os efeitos do açúcar na saúde – depois de ter procedido à análise das tabelas nutricionais de 197 bebidas energéticas colocadas à venda em supermercados e lojas online.
Graham MacGregor, presidente do grupo, traça uma possível explicação para os jovens recorrerem, com grande facilidade, às bebidas consideradas energéticas: “os jovens são influenciados em beber grandes quantidades destas bebidas porque pensam que isso vai aumentar o seu desempenho na escola, na prática de desporto, ou até mesmo quando saem à noite.”
Em declarações à BBC, a Associação Britânica de Refrigerantes defende-se das considerações apresentadas pelo grupo Action on Sugar: “Eles [os refrigerantes] estão disponíveis em diferentes tipos, sabores e tamanhos, que incluem uma larga variedade de opções não-calóricas, para que os consumidores possam fazer uma escolha adequada”.
De acordo com a inspeção feita uma das bebidas analisadas continha mais do que 10 colheres (chá) de açúcar por cada 250ml de bebida.
A campanha, com vista à proibição do consumo de bebidas energéticas a menores de 16 anos, pretende chamar à atenção para uma alteração urgente no consumo dos açúcares. “O nosso corpo pode produzir energia a partir da ingestão de alimentos como a fruta, os vegetais, o arroz e a massa, de forma que não seja necessário consumir mais açúcares.”
Uma das consequências causada pelo consumo exacerbado de açúcares é o risco em contrair diabetes (tipo 2). “O diabetes (tipo 2) é a causa da cegueira, amputação de membros e diálise renal – tudo menos a imagem de uma pessoa saudável e normal”, alerta Mac Gregor.
Contrariamente, a Associação Britânica de Refrigerantes acrescenta que “não promove o consumo de bebidas energéticas a menores de 16 anos, e que todos os produtos estão rotulados dentro das regulamentações impostas pela União Europeia.”
Em 2014, a Organização Mundial de Saúde já tinha alertado para o perigo das bebidas energéticas. Um estudo conduzido pelo nutricionista português, João Breda, concluiu que o consumo crescente deste tipo de bebidas pode vir a tornar-se num problema de saúde pública, principalmente porque afeta sobretudo os jovens.