Mike Silverman, do Home Office, o departamento estatal britânico responsável pela política de imigração, combate ao terrorismo, polícia, drogas, ciência e investigação, afirma que o erro humano, as cópias parciais e os falsos positivos evidenciam que as impressões digitais não são tão confiáveis como se acredita. A digitalização de impressões digitais dos idosos representa outro problema.
Silverman, que introduziu o primeiro sistema de deteção de impressões digitais mecanizada para a Polícia Metropolitana, avança que ainda ninguém provou que as impressões digitais são únicas e as famílias podem compartilhar elementos do mesmo padrão.
“Não há duas impressões digitais exatamente iguais, em todos os detalhes, nem mesmo duas impressões registadas imediatamente a seguir a partir do mesmo dedo”, adianta, em declarações ao jornal The Telegraph.
São inúmeros os casos em que pessoas inocentes foram injustamente condenadas através de provas de impressão digital. Por exemplo, em 2004, Brandon Mayfield foi erroneamente ligado aos atentados de Madrid, por especialistas nesta técnica do FBI, nos Estados Unidos.
A impressão digital muitas vezes não é exata, especialmente em cenários de crime, pois pode estar suja ou borrada. Há inúmeras causas que reduzem a precisão.
Mike Silverman ironiza: “O que se vê no CSI ou no Silent Witness simplesmente não existe”.