Segundo um laboratório especializado nas interações entre dois ou mais sentidos diferentes, na Universidade de Oxford, o som altera a perceção do sabor: As altas frequências realçam o doce dos alimentos, enquanto as baixas frequências dão enfase ao amargo.
Depois de testes bem sucedidos com um grupo de voluntários em laboratório, um restaurante em Londres aliou-se à experiência. Durante um mês serviu um bolo de chocolate com uma cobertura de caramelo agridoce e enquanto comiam a sobremesa, os clientes deviam ligar para o número de telefone indicado.
No outro lado da linha, um operador indicava aos clientes que deviam pressionar “um” para realçar o sabor doce do bolo e “dois” para amargo. Se escolhessem a primeira opção ouviam um som agudo e se escolhessem a segunda ouviam um som grave.
Os clientes podiam alternar entre altas frequências e baixas frequências para alterar a sua perceção do sabor entre o doce e o amargo enquanto comiam o mesmo bolo. ” [Esta experiencia] faz-me rir porque funciona sempre”, diz a chef Caroline Hobkinson, surpreendida com a reacção dos seus clientes.
“Também resulta com café”, acrescenta, colocando a hipótese de substituir o açúcar pelo som no seu café.
O som é a última fronteira na relação dos sentidos com a comida nos circuitos profissionais, onde a apresentação visual, as texturas e o equilíbrio de cores e sabores desempenham um papel fulcral na refeição.
Diz-se que “os olhos também comem”, e pode ter chegado a vez dos ouvidos. A marca de gelados Ben & Jerry’s, por exemplo, está a considerar incluir códigos QR nas embalagens para que os clientes consigam aceder, a partir do telemóvel, a uma escala de sons consoante o sabor do gelado que estão a comer.