Na segunda metade do século XX, o desenvolvimento de antibióticos foi mais rápido do que a capacidade das bactérias de se adaptarem a eles. Mas o abuso e consumo irresponsável destes medicamentos está a inverter essa tendência e algumas bactérias estão a ficar cada vez mais resistentes mesmo aos antibióticos mais potentes, última linha de defesa contra as infeções. Entre elas, a Klebsiella pneumoniae e a Escherichia coli, responsáveis por infeções urinárias e respiratórias.
O Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em ingês) alerta esta sexta-feira, dia europeu dedicado à tomada de consciência sobre o tema, que estamos perante um grave problema de saúde pública.
Em alguns países, como a Grécia e a Itália, a resistência aos considerados antibióticos de última linha já é muito elevada e continua a aumentar. Entre 2010 e 2011, a percentagem de casos resistentes na Grécia em paciente com infeções na corrente sanguínea, provocadas pela K. pneumoniae, aumentou de 49 para 68 por cento. No mesmo período, em Itália, subiu de 15 para 27 por cento.
A resistência a antibióticos provocada por um mau uso destes fármacos, alerta ainda o ECDC, dá origem a 25 mil mortes por ano na Europa – o número anual de infeções por bactérias multi-resistentes chega às 400 mil.
– O relatório do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (em inglês)